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Da engenharia civil às quadras de beach tennis
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Da engenharia civil às quadras de beach tennis

Tiago Carvalho é jogador e treinador de beach tennis, tendo passagens pelas seleções brasileira e japonesa da categoria
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Tiago Carvalho durante Copa das Federações de Beach Tennis 2024 (Foto: Stephan Eliert/Divulgação/Coach Tiago Carvalho)
Foto: Stephan Eliert/Divulgação/Coach Tiago Carvalho Tiago Carvalho durante Copa das Federações de Beach Tennis 2024

Como jogador e treinador, acumula uma série de títulos e resultados relevantes. Agora, fez transição para a categoria dos quarentões nesta edição da Copa das Federações, realizada em Fortaleza pelo terceiro ano consecutivo.

Como atleta, foi quatro vezes vice-campeão brasileiro e duas vezes vice-campeão mundial, heptacampeão estadual de duplas masculinas, eneacampeão cearense de duplas mistas e pentacampeão ao nível estadual nos torneios de simples. Ao O POVO, o atleta veterano fala sobre a competição e sobre a reviravolta que o esporte causou na vida profissional dele.

O POVO- Como o beach tennis chegou na sua vida e quando você entendeu que poderia levar a prática esportiva como profissão?

Tiago Carvalho- O beach tennis surgiu na minha vida no final de 2010, desde o primeiro contato com a raquete eu me apaixonei pelo esporte. Em 2012 comecei a dar aulas e em 2014 tive a convicção de que era isso que eu queria para minha vida, ser treinador. Larguei o oitavo semestre de engenharia civil e vivo meu sonho até hoje.

OP- Você treinou a seleção japonesa no último Mundial da modalidade. Como foi a experiência e como é a recepção do esporte do outro lado do mundo?

Tiago- Foi uma experiência única e grandiosa, o Japão é um país incrível, com uma sociedade que eu não tenho palavras para descrever. Atletas muito disciplinados, e tecnicamente muito bons. Tivemos o melhor resultado da história do Japão na Copa do Mundo, uma oitava colocação.

OP- Quais as principais diferenças entre estar na posição de técnico e estar na areia jogando?

Tiago- Ser técnico e estar na areia são realidades completamente diferentes. Como treinador, eu enxergo o jogo de fora: estratégia, leitura, ajustes finos. É cabeça fria. Já na areia tudo muda, é aquela adrenalina, aquele frio na barriga, lidar com pressão. Mas sou muito abençoado em poder viver esses dois lados do esporte.

OP- Como você enxerga o crescimento da modalidade nos últimos anos?

Tiago- Vivo um sonho. Acompanhei o crescimento desse esporte desde o início aqui no Brasil, lembro de 2012 comemorarmos que teve um torneio com mais de 100 inscritos e hoje estou inscrito em um torneio com mais de 2 mil atletas. Fico muito contente em ver tudo isso em que o beach tennis se transformou aqui no Brasil, agora só falta o grande sonho se realizar: os Jogos Olímpicos.

OP- Como foi a disputa da Copa das Federações de Beach Tenis, uma vez que o evento completou 10 edições e contou com ampla estrutura esse ano?

Tiago- Essa foi minha quarta participação como atleta, sendo três vezes na categoria Profissional e esse ano disputei a categoria 40 , as outras vezes participei como técnico. Infelizmente na nossa categoria fomos derrotados na primeira rodada no confronto de Mista e finalizamos a competição na 17ª colocação, porém a equipe cearense finalizou o torneio no quarto lugar, uma excelente colocação.

OP- Qual a expectativa para o cenário competitivo cearense após a disputa da Copa das Federações?

Tiago- As categorias de base têm evoluído ano a ano e acredito que estamos no caminho certo para a continuarmos sendo ainda mais competitivos contra, principalmente, região Sul e Sudeste. O Cearé sempre foi destaque nas Copas das Federações, sempre foi uma equipe vencedora e respeitada na competição, o nosso nível de beach tennis é alto e está a cada ano melhorando. Em breve seremos campeões desta competição.

OP- Após a realização de um torneio de grande porte como esse, como se dá o retorno à rotina por parte dos atletas?

Tiago- Há um aumento na procura por treino, mas, ao mesmo tempo, é final de temporada e alguns atletas preferem descansar e voltar à rotina de treinos em janeiro. Para os atletas de alto rendimento, no entanto, o calendário 2026 já começou. Tive mais de 10 atletas competindo na Copa (das Federações), e tiveram um desempenho excelente, se comparado com os anos anteriores, principalmente na questão mental, já que essa é uma competição onde a cabeça do atleta é testada.

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