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A corrida à Casa Branca passa pela Superterça
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A corrida à Casa Branca passa pela Superterça

| Prévias | Polarização no Partido Democrata entre Bernie Sanders, candidato mais à esquerda, Joe Biden, adversário mais moderado, se acirrou nos últimos dias
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A disputa no Partido Democrata começou com 28 pré-candidatos almejando a Casa Branca. Contudo, apenas quatro deles chegam com chances razoáveis à Superterça. O evento de hoje, no qual 14 estados e um território realizam prévias, pode definir o nome que enfrentará o presidente Donald Trump nas eleições gerais, em 3 de novembro. Há polarização entre Bernie Sanders, senador por Vermont e autoproclamado "socialista-democrata", e Joe Biden, ex-vice de Barack Obama e mais ao centro. Também estão no páreo o multimilionário Mike Bloomberg, ex-prefeito de Nova York, e Elizabeth Warren, senadora por Massachussets.

Os primeiros resultados em Iowa, New Hampshire e Nevada desenhavam o caminho das prévias: uma corrida contra Sanders. Entretanto, a primária da Carolina do Sul no último sábado, 29, deu o fôlego que Biden, candidato do establishment, precisava para alcançar o adversário. Além disso, fez Pete Buttigieg, azarão que venceu em Iowa, abandonar a disputa. Ontem, a senadora Amy Klobuchar também desistiu e declarou apoio a Biden. As mudanças no tabuleiro garantem à Superterça ainda mais importância. Em disputa hoje estará mais de um terço dos delegados que irão à Convenção Nacional do partido no meio do ano. Com expressivo número de delegados, os estados da Califórnia (415) e do Texas (228) serão determinantes.

 Sanders segue liderando em número de delegados, mas a vitória esmagadora de Biden na Carolina do Sul (48,4% dos votos, contra 19,9% de Sanders) reconfigurou a disputa. Com propostas consideradas "radicais" dentro do próprio partido, dentre elas promessas de prestação de saúde pública gratuita para todos, educação superior gratuita, Sanders é visto, entre os mais moderados, como alguém que inflaria o Estado em nome de um projeto economicamente inviável.

Fábio Gentile, professor do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Ceará (UFC), não concorda com a teoria de que Sanders é um radical apoiado por alas radicais. "Sanders, por ser um candidato que já participou de primárias em eleições anteriores, tem uma força expressiva e não apenas em segmentos radicais ou minorias. É muito provável que ele também ganhe em segmentos de classe média branca, mais moderada e também em setores empresariais", afirma.

Apenas quatro prévias de 58 ocorreram até agora. Joe Biden era o favorito no início da disputa baseado no argumento de que ele era o nome mais provável de vencer Trump. Entretanto, com péssimos resultados nas duas primeiras prévias, começou a ser questionado. Por outro lado, as vitórias de Sanders no início garantiram a ele a musculatura política para seguir na disputa.

 

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