O Parlamento da Rússia aprovou ontem leis que punem a publicação de informações falsas sobre as Forças Armadas russas, em um movimento que, na prática, criminaliza a cobertura da guerra da Ucrânia na imprensa e em redes sociais. A lei entra em vigor neste sábado e torna um crime chamar a guerra de guerra em vez de "operação militar especial". A pena vai de 1 a 15 anos de prisão.
Como consequência do projeto de lei, o serviço da BBC em Moscou e o jornal Novaya Gazeta — do ganhador do Nobel Dmitri Muratov — e o canal alemão Deutsche Welle foram bloqueados pelo órgão de vigilância de comunicações da Rússia. O mesmo ocorreu com o Facebook e o Twitter.
Vyacheslav Volodin, presidente da Câmara e aliado de Putin, disse que os mentirosos e os que desacreditaram nossas forças armadas sofrerão punições muito duras. Ainda não está claro qual será o tratamento dado a jornalistas que trabalham como correspondentes dentro da Rússia, mas pelo menos um deputado disse que deveriam responder à mesma lei.
O texto do decreto é vago e oferece poucos detalhes do que pode constituir uma infração. A lei também criminaliza a divulgação de informações falsas, em um movimento que deve mirar opositores de Putin.
"O acesso foi restrito a uma série de fontes de informação estrangeiras", disse o órgão de vigilância, conhecido como Roskomnadzor, em comunicado, segundo a Reuters. "O motivo para restringir o acesso a essas fontes de informação no território da Federação Russa foi a circulação deliberada e sistemática de materiais contendo informações falsas." (Com agências internacionais)