Jesualdo Farias: O diversionismo acima de tudo

O Brasil segue na escalada de crises política e econômica desde as eleições de 2014. No quinto ano de crises, sem qualquer sinalização de retomada do crescimento econômico e da geração de emprego e renda, aproxima-se a aprovação de mais uma reforma vendida para os brasileiros, como "redentora", pelos economistas neoliberais do Planalto. É certo que após a aprovação da reforma da Previdência pela Câmara dos Deputados, até mesmo membros do governo já admitem que serão necessárias outras medidas para mitigar o desastre de sucessivas reformas neoliberais que só aumentam o desemprego e diminuem a renda média dos brasileiros.
A reforma trabalhista e a emenda constitucional dos gastos públicos também eram apontadas, pelo governo passado, como a panaceia para o grave problema fiscal do País. Agora, surge a pauta da reforma fiscal em um cenário onde a elite econômica brasileira já aponta que não aceitará mais impostos e as classes historicamente menos favorecidas, que já foram prejudicadas com as reformas trabalhista e previdenciária, não podem arcar com mais esta conta.
Enquanto falta emprego, renda e segurança nas relações de trabalho, falta também uma política de Estado para manter serviços essenciais para a melhoria da qualidade de vida da maioria da população brasileira. A grave crise econômica e os sucessivos cortes nos orçamentos da educação, saúde, segurança, dentre outros, atinge a todos, alcançando com mais intensidade os 13 milhões de desempregados e cerca de 50 milhões de pessoas em situação de pobreza.
Neste cenário, a agenda de governo concentra-se na banalidade, na negação da verdade e do conhecimento e despreza questões de relevância nacional e internacional como a educação, os direitos humanos, o meio ambiente e o respeito à diversidade. Esse diversionismo, com enormes doses de racismo, de autoritarismo, de revisionismo, de nepotismo e de entreguismo, dentre outros ismos, vem alimentando, com a conivência da elite econômica, apenas as expectativas dos eleitores mais fieis ao presidente e causando enormes prejuízos para a maioria dos brasileiros.
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