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Antonio Jorge Pereira Júnior: Ainda sobre as queimadas
Opinião

Antonio Jorge Pereira Júnior: Ainda sobre as queimadas

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Tipo Notícia Por
Antônio Jorge Pereira Júnior
Doutor e mestre em Direito - USP, professor do Programa de Mestrado e Doutorado em Direito da Unifor
 (Foto: Acervo pessoal)
Foto: Acervo pessoal Antônio Jorge Pereira Júnior Doutor e mestre em Direito - USP, professor do Programa de Mestrado e Doutorado em Direito da Unifor

"Número de queimadas na Amazônia despenca e é o menor em 6 anos" foi o título de matéria do Gazeta do Povo de 30/09. Tal notícia passou despercebida à maior parte da população pelo silêncio midiático. Não deveria ter sido assim, uma vez que o tema dominou a opinião pública em agosto, em sentido de alerta e denúncia.

"Dados do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostram que no mês de setembro, foram registrados 19.925 focos de calor no bioma Amazônia. Esse número é, até o momento, o menor registrado para um mês de setembro nos últimos seis anos: é inferior ao de 2016, quando o mês de setembro teve 20.522 casos detectados". Os dados evidenciam acerto na ação do Governo em face das queimadas, por meio da Operação Verde Brasil. A imagem repercutida na imprensa, em agosto, era de que, para além de negligência, haveria conivência do Governo com os incêndios. Os dados de setembro, pelo menos, mostram ação pró-Amazônia.

A matéria mencionada, além de trazer o plano em andamento, compara indicadores de outros anos, alguns piores que 2019, durante governos anteriores, que não suscitaram reação similar à que vimos em agosto deste ano.

Fatos assim confirmam que as reações de agosto foram intensas pelo interesse em depreciar o Governo, agigantando sua responsabilidade pelos incêndios que afetaram também outros países em razão da seca.

Vale notar que os que levantaram a voz em 2019, mantiveram-se em silêncio em face de dados piores no passado quando estavam alinhados aos respectivos Governos. Hoje, agem em clima de guerra partidária, deixando que o conflito político ideológico se sobreponha à preocupação pelo bem comum, levando à distorção de informações e à torcida contra políticas públicas em si mesmas boas para o País.

É oportuno e necessário que a oposição cumpra papel de crítica e provocação do Governo. Mas isso não legitima distorcer fatos e negar que haja políticas boas ao País no atual governo - para além do presidente -, ao lado de um sem número de atitudes e situações que merecem correção ou reprovação.

Seria oportuno que certos temas como o meio ambiente fossem tratados com menos partidarismo e maior diligência pelos dois lados, sendo assunto de especial relevância para os cidadãos. Todos sairiam ganhando, a começar pelo Brasil. 

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