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Como ainda atrair para o jornal impresso?
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Jornalista (UFC-CE) e licenciada em Letras (Uece), é doutoranda em Linguística (PPGLin-UFC), mestra em Estudos da Tradução (UFC-CE), especialista em Tradução (Uece) e em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais (Estácio). No O POVO, já atuou como ombudsman, editora de Opinião, de Capa e de Economia, além de ter sido repórter de várias editorias. É revisora e tradutora.

Como ainda atrair para o jornal impresso?

Tipo Opinião

Se a discussão sobre o futuro do jornal impresso já era um poço de incertezas e especulações, a pandemia do novo coronavírus intensificou o debate e atiçou todas essas incógnitas. Com o acesso ao digital estimulado e reforçado, o impresso está diante de uma grande transformação.

Nos últimos meses, O POVO impresso reduziu páginas, suspendeu colunas e colunistas, realocou seções e modificou formato de suplementos. Tudo isso foi um rearranjo no papel, porque alguns profissionais estavam afastados devido à inclusão no grupo de risco da Covid-19 e não havia razão para algumas seções continuarem sendo publicadas, já que a vida cotidiana na Cidade se alterou.

Além disso, é perceptível que há menos anúncios no impresso - também um efeito da pandemia sobre a publicidade. Isso tudo gerou uma mudança forçada na já acelerada "transição" do impresso para o digital.

Decerto não estamos diante do formato definitivo que o jornal adotará em seu formato no papel, mas os últimos meses e as modificações que trouxeram no impresso mostraram o que certas tendências já anunciavam.

A pauta do impresso foi reduzida muito mais pela urgência do momento do que por uma série de ações planejadas à procura de um modelo ideal. Corte de gastos e redução de pessoal contribuíram para isso. A questão que desafia os jornais e os jornalistas é fazer o leitor continuar a se sentir atraído pelo jornal impresso, mesmo entregando em suas mãos todo o conteúdo que, no dia anterior, estava disponível na internet.

E fazer o leitor se sentir atraído é encantá-lo com reportagens, com a informação bem apurada e com o jornalismo analítico, tão indispensável.

Digital

Com o lançamento da plataforma digital O POVO+ (O POVO Mais), há pouco mais de dois meses, o jornal passou a priorizar a publicação de reportagens nesse espaço digital. Muitas das matérias especiais são publicadas primeiro no OP , com um conteúdo exclusivo para assinantes, além de recursos audiovisuais e gráficos diferenciados.

É um espaço inovador, que exibe uma variedade de temas tratados sob a ótica jornalística. São matérias com a roupagem de reportagens especiais, entrevistas e análises que podem ser escritas sem a limitação dos caracteres do impresso, além dos áudios e vídeos que o papel não abriga, entre outros conteúdos.

No impresso, essas mesmas reportagens têm sido publicadas em uma versão menor, com bem menos textos e dias depois de terem sido veiculadas no digital. É uma pequena parte do todo. Além disso, vai para o impresso a notícia que estava no dia anterior no portal e nas redes sociais, muitas vezes sem modificação, sem novidade para o leitor. A reprodução que, anos atrás, se via do impresso para os sites parece estar acontecendo em outra via: dos portais para o jornal impresso.

O investimento nas grandes reportagens é uma tendência para o digital. É necessária, no entanto, a atenção para o fato de que o digital não é algo universal ainda. O acesso aos meios on-line não é acessível para muitos, por diversos motivos, da mobilidade ao econômico. Muitos leitores não se adaptaram às telas. E outros tantos não podem pagar pela assinatura dos jornais, que têm cobrado por boa parte dos seus conteúdos.

Isso faz com que as mídias tradicionais ainda exerçam o seu papel com relevância.

Dia desses atendi a uma leitora que me contou ter feito a assinatura do jornal impresso na quarentena. Ela tinha um ritual: saía todo dia, cedinho, para comprar o jornal na banca. Com a pandemia, para se proteger e não precisar sair de casa, resolveu assinar, porque ela e o marido só conseguem tomar café se tiverem o jornal do lado, lendo as notícias no papel.

Além deles, são muitos os leitores que colecionam os roteiros dos jogos, que recortam do jornal as tabelas de classificação e os quadros das próximas partidas, por exemplo.

Falamos tanto em aperfeiçoar as plataformas on-line e estamos certos ao investir nisso, mas não devemos esquecer que esse acesso não é universalizado. O mundo não é todo digital.

As mídias existem para serem exploradas. Mas os jornais não podem se render à tentação de minimizar o impresso, que vive sob pressão de extinção diante do digital. O jornal de papel pode coexistir com as outras mídias, que não precisam ser uma ameaça à sobrevivência do impresso. O conteúdo no papel pode não ser extenso, mas deve ser profundo. Pode não ser mais factual, mas precisa ser mais analítico. É isso o que referenda a credibilidade das notícias que saem no impresso.

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