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Capitão Wagner: Eleições limpas e livres
Opinião

Capitão Wagner: Eleições limpas e livres

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Tipo Notícia Por
Capitão Wagner
Deputado federal (Pros)
 (Foto: Acervo pessoal)
Foto: Acervo pessoal Capitão Wagner Deputado federal (Pros)

Quais os ingredientes necessários para que possamos ter uma eleição limpa? Parece um questionamento óbvio. Mas, como tudo que envolve a política no Brasil, torna-se uma argumentação complexa, porém de fácil compreensão, cujo sucesso na execução depende de um punhado de fatores.

Uma eleição pode ser considerada limpa quando não influenciada, por exemplo, pela compra de votos ou pelo abuso do poder econômico. Contudo, para que mazelas como estas não ocorram, as instituições precisam funcionar de forma eficiente e integrada. Precisamos, no mínimo, de um Ministério Público atuante, atento ao que vai acontecer. E, principalmente, que trabalhe em conjunto com o Judiciário, para evitar prejuízos ao resultado final. Muita coisa acontece antes de um pleito. Por vezes, os fatos criminosos são comunicados, amplamente difundidos, mas, por inércia ou ação tardia, resultam em prejuízo para a democracia.

Para termos uma eleição limpa, livre de vícios, precisamos, também, do olhar vigilante da imprensa. Acreditem, isso já aconteceu no passado. A história escreveu alguns capítulos em que o jornalismo sério venceu a corrupção, derrubou presidentes, grupos criminosos que usurparam o poder. O potencial de uma redação jornalística independente está sendo mitigado pelo interesse econômico. Isso explica o fluxo crescente de informações nas redes sociais que estão, pesarosamente, substituindo o papel da imprensa, já que esta tem tratado a pauta da política de forma demasiadamente lenta, sectária, tendenciosa, cooptada. Sem uma imprensa livre de amarras e vícios ideológicos, não podemos contar com um processo eleitoral pleno.

E o ingrediente final e mais importante, especialmente se levado em conta todo o histórico de eleições do País, é uma clara nova marcha do eleitor por caminhos mais livres em direção às urnas. A prioridade do eleitor está mudando, tornando-o mais seletivo, atento. As redes sociais, nosso "novo normal", tem um importante papel nessa virada de mesa. Rogamos por eleições realmente limpas, e por uma democracia cada vez mais madura e fincada na verdade.

No último 30 de julho, foi lançado, no Ceará, o Movimento Eleições Limpas (MEL). É um anseio por eleições transparentes e sem questionamentos. Para surtir efeito, é preciso o envolvimento de todos: candidatos, eleitores, imprensa e, principalmente, entidades fiscalizadoras. 

 

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