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Joaquim Rolim: As energias renováveis e a recuperação pós-Covid
Opinião

Joaquim Rolim: As energias renováveis e a recuperação pós-Covid

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Joaquim Rolim,
coordenador de Energia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) (Foto: Acervo pessoal)
Foto: Acervo pessoal Joaquim Rolim, coordenador de Energia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec)

O mundo está passando por uma pandemia com grandes impactos econômicos e sociais, que nos fazem refletir mais quanto às consequências das nossas decisões. Também já é possível perceber que alguns conceitos sairão mais fortalecidos, como o da sustentabilidade.

Conforme dados da ONU (Organização das Nações Unidas), a produção e o uso de energia são as atividades que mais contribuem para o aquecimento global. As energias renováveis estão relacionadas à solução do problema, por produzirem energia limpa e com menores custos de produção. Além disso, propiciam três vezes mais empregos que a energia fóssil, derivada do petróleo, para o mesmo valor investido.

Recentemente, duas conceituadas agências internacionais de energia, lançaram propostas com foco na expansão dos investimentos em energias renováveis. A IEA (Agência Internacional de Energia) apresentou o Programa "Recuperação Sustentável", e a Irena (Agência Internacional de Energia Renovável) o programa "A Recuperação Pós-Covid".

Também recentemente, o sr. Inger Andersen, diretor executivo das Nações Unidas para o meio ambiente, declarou: "Se os governos aproveitarem os preços sempre em queda das energias renováveis para colocar a energia limpa no centro da recuperação econômica do Covid-19, poderão dar um grande passo em direção a um mundo naturalmente saudável, que é a melhor apólice de seguro contra pandemias globais".

Vários países do mundo já estão fazendo isso. E o Brasil? Bem, o Brasil já é um dos países com melhor aproveitamento das energias limpas. Mas podemos ir além! Com enorme potencial, altíssima produtividade, complementaridade e custos competitivos através das fontes eólica, solar, hidrelétrica e biomassa, o Brasil poderia ter rapidamente sua matriz composta por 100% renovável, para uso em eletricidade, transporte, aquecimento/refrigeração e industrial.

Então, por que não aproveitarmos rapidamente? Além de contribuirmos com a sustentabilidade ambiental, se possibilitaria expressiva criação de emprego e renda, e redução de custos para os consumidores. O momento é oportuno, visto que encontra-se em elaboração pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética), o Plano Decenal de Expansão 2020/2029, que poderia priorizar mais as energias renováveis, propiciando ao Brasil ampliar o seu protagonismo nesse essencial setor. 

 

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