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José César da Costa: O varejo e a retomada econômica
Opinião

José César da Costa: O varejo e a retomada econômica

Edição Impressa
Tipo Notícia Por
José César da Costa
Presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL)
 (Foto: Acervo pessoal)
Foto: Acervo pessoal José César da Costa Presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL)

O varejo é conhecido como a espinha dorsal da economia. Em sua maioria é composto por micro, pequenas e médias empresas que representam 99% das empresas brasileiras e respondem por 52% dos empregos com carteira assinada no setor privado. Ele tem papel fundamental no equilíbrio financeiro do País, na geração de emprego e de renda. Também é o setor que sente mais rapidamente os efeitos de qualquer crise, e o que reage com mais agilidade que qualquer outro.

Após meses de perdas causadas pelo fechamento das lojas e das consequências econômicas da Covid-19, o setor teve a sua quarta alta consecutiva. As vendas no varejo brasileiro avançaram 3,4% em agosto e atingiram o maior volume da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

É correto afirmar que as ações emergenciais do Governo Federal, tanto o benefício de R$ 600 para os mais pobres, quanto o decreto que autoriza a redução de salários e jornada de trabalho, tiveram papel importante nesse processo. Mas não foi só isso.

A transformação dos hábitos do consumidor, a aceleração de processos digitais e a emergência de novos serviços foi um processo que exigiu muito dos empresários brasileiros. Não adiantaria a injeção de recursos públicos se o comerciante não tivesse se adaptado ao comércio eletrônico, ao serviço de delivery e às exigências sanitárias.

Mas esse é um cenário novo e permanente. O que devemos pensar agora é no que devemos fazer a partir do ponto em que estamos. As medidas emergenciais não vão durar para sempre e alguns entraves ao desenvolvimento do País seguem firmes e fortes, sendo o principal deles a nossa estrutura tributária, que atinge especialmente o setor de comércio e serviços.

O crescimento das vendas dos últimos meses significa que as famílias voltaram a consumir, mas ainda existe um ambiente de insegurança no País, as pessoas estão cautelosas, o desemprego levará algum tempo para cair e a inflação de setembro foi a maior para o mês em 17 anos.

A revisão do modelo de tributação brasileiro será o Norte para a modernização do Estado e do crescimento econômico. A agenda das reformas estruturantes como a reforma tributária e administrativa tornaram-se ainda mais urgentes para que tenhamos um cenário de desenvolvimento econômico real e seguro para o País. 

 

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