Todos os dias, milhões de brasileiros acordam com a esperança de que, finalmente, as coisas vão começar a melhorar.
Lembra de 2019? Após seguidos ataques à democracia, vivemos um período de relativo silêncio do presidente e chegamos a 2020 esperançosos.
Até que chegou o vírus fechando o comércio, restaurantes, bares, escolas, lotando hospitais e cemitérios.
Acaba 2020, o brasileiro com esperanças de que o pior já teria passado. Mais uma vez fomos enganados e o que vimos foram cenas de alas inteiras dos hospitais de Manaus morrendo asfixiadas.
A próxima tragédia já está encomendada. Um desastre de grandes proporções se aproxima na educação.
Segundo pesquisa do Datafolha encomendada por organizações do terceiro setor, 30% dos pais têm medo de que seus filhos saiam da escola, 26% dos estudantes não tiveram acesso a atividades remotas.
Pesquisa da FGV aponta que podemos regredir quatro anos em nível de aprendizagem.
O Enem teve uma abstenção recorde de 55%. Que futuro podemos esperar para a educação?
A omissão do Ministério da Saúde fez faltar oxigênio em Manaus e sermos um dos últimos países a começar a vacinação. Qual será o impacto da omissão do Ministério da Educação?
A situação já era difícil antes da pandemia e, agora, só não é pior graças aos professores e demais profissionais da educação, que prepararam atividades remotas, buscaram manter contato com estudantes, aprenderam tecnologias novas e não desistiram.
Cada dia sem aulas, aumenta a tragédia. Por outro lado, é irreal pensar que teremos um retorno efetivo à sala de aula sem vacinar os profissionais da educação. Temos que garantir condições de segurança para a reabertura.
Por isso, lançamos o movimento "Profissionais da educação: vacina já!" que defende a inclusão dos profissionais de educação dentre os grupos que serão vacinados mais rapidamente. A vacinação e protocolos de segurança possibilitam um retorno gradual e seguro às aulas.
Por que ainda não foi feito? Porque o Governo Federal não consegue resolver os problemas na importação de insumos para a fabricação de vacina e não quer importar vacinas prontas.
Um País acostumado a vacinar 10 milhões de crianças em um único dia, não teria nenhuma dificuldade de vacinar dois milhões de professores.
Profissionais da educação: vacina já!