Inicio essa reflexão com esse necessário clichê: abrace seus pais enquanto estão por aqui. Nunca deixe a chama e o incenso da vida se apagar. Convide amigos para conversar e sorrir, sem se importar com a poeira do tapete ou o sofá desbotado. Escute com mais atenção a sabedoria e experiência dos idosos.
Desligue o ar condicionado do carro, sem se preocupar em desalinhar o cabelo penteado e sinta o frescor do ar acariciando sua pele. Deite-se na grama sem se importar em manchar a roupa.
Chore e gargalhe ao mesmo tempo para amenizar a dor e se fortalecer para os dias difíceis. Nunca negue um abraço ou beijo a uma criança e nem ao seu animal de estimação - eles só querem carinho. Como é difícil aprender a dizer "eu te amo", "desculpe", "por favor" - a magia da boa convivência precisa virar rotina. Saia por aí em sua bicicleta ou a pé, apreciando a natureza, o cantar dos pássaros, o revoar das garças no verão. Se deleite com a chuva caindo no telhado e mentalize a germinação das sementes no solo rachado do sertão.
Não dê muita importância ao modismo, ao batom e vestido que fulana usa, à calça e camisa que beltrano ostenta, o perfume que sicrano exala - tudo isso é supérfluo e fica para trás, sendo substituído por novas tendências.
Assuma seu eu imperfeito e se desvencilhe da utopia do perfeito e ilusório, pois tudo é apenas uma condição egocêntrica, haja vista que nunca conseguiremos fugir de nós mesmo.
Não haverá outra chance, viva intensamente essa que a vida deu. Se importe com você e não se machuque com julgamentos de terceiros. Viva agora, profundamente, sem medo de ser feliz.
Viva agora, depois será tarde.