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Emília Buarque: Quando o Brasil paga pra ver
Opinião

Emília Buarque: Quando o Brasil paga pra ver

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Emília Buarque, presidente do Lide Ceará (Foto: Acervo pessoal)
Foto: Acervo pessoal Emília Buarque, presidente do Lide Ceará

No duelo entre abre e fecha o comércio; ou o melhor sistema de saúde do mundo versus pessoas que sucumbem sem oxigênio; ou ainda, o mais estruturado processo de vacinação, mas sem vacinas suficientes, cresce o número de cidadãos em dificuldade.

O cenário é de acontecimentos vexatórios e inconstitucionais. A extinção da Lava Jato, o conluio na eleição da Câmara dos Deputados e Senado para blindar um impeachment que não emplacou, o histórico vazamento de dados de milhões de pessoas sem que se apontem culpados ou se proponham ação indenizatória. Assim é o Brasil político, de propostas "amigalhadas" e casos espúrios.

De outro lado está o Brasil produtivo, aquecido em vários setores; que celebra legítimos IPOs, oportuniza a força da inovação em startups, e se mobiliza para fazer o bem comum na falta de quem o faça.

A crise da Covid-19 ampliou o fosso entre os dois Brasis, o que pensa em benefício próprio e o outro que faz o País crescer.

A prioridade? Vacina, auxílio e crédito. Pode parecer simplista, mas o caráter é de urgência. Estas pautas precisam correr em paralelo, com o sinal de alerta ligado no controle dos gastos públicos e nas repetidas já bem narradas reformas, enquanto não se concretiza o "mais Brasil menos Brasília".

O enfoque deve ser nos setores abatidos neste processo. No setor de turismo e eventos, há que se investir no mercado interno e subsidiar empresas; o de gastronomia não pode ser vilanizado e necessita de fôlego e crédito; a cultura está à míngua, com o empobrecimento de uma ampla cadeia produtiva. Há que se ter suporte financeiro até as rotinas se restabelecerem.

Daí partimos para os mais necessitados: microempreendedores, em especial pequenos comerciantes e prestadores de serviços, além dos vulneráveis, que perderam os já escassos elos com a dignidade.

Que fique claro: nossa proposição se estende às três esferas de Governo. A reedição dos programas de suspensão de contratos de trabalho e redução de jornada e salário, isenção de IPTU, prorrogação e parcelamento de dívidas, crédito barato e estímulos, sendo o auxílio emergencial, previsto na PEC 186, o principal deles, são pautas de consenso entre os eleitores.

Sabemos que estamos literalmente pagando para ver. Então, senhoras e senhores políticos, por onde vão começar? 

 

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