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José Teixeira Neto: A superficialidade leva à mediocridade
Opinião

José Teixeira Neto: A superficialidade leva à mediocridade

Edição Impressa
Tipo Notícia Por
José Teixeira Neto 
Bacharel em Economia e Direito e servidor público
 (Foto: Acervo pessoal)
Foto: Acervo pessoal José Teixeira Neto Bacharel em Economia e Direito e servidor público

O conhecimento é a base de todo o processo civilizatório. As ciências humanas e sociais são as ferramentas básicas para entendermos a formação de um povo. No caso da nossa jovem Nação - com pouco mais de quinhentos anos - esse arcabouço cultural se faz mais que necessário na compreensão da origem e da alma dos brasileiros. Por essa razão, ouso propor ao leitor um desafio: que ao invés de adquirir conhecimento e fazer juízo de valor do momento que atravessamos, tendo como instrumento as redes sociais e caindo na teia da polarização ideológica atual, que se mergulhe na leitura das experiências vividas e fundadas nas ciências humanas, como um meio para sairmos desse abismo intelectual e atraso humanístico que nos encontramos.

Sem querer ser pretencioso, porém com o firme propósito de contribuir no debate que acredito não interessar aos polos de poder no atual momento histórico, sugiro então a leitura de obras que no meu entender são fundamentais para quem, com honestidade intelectual, quer contribuir num salto de civilidade visando o bem comum no nosso País. Ei-las: Casa-grande & Senzala, Gilberto Freyre; Raízes do Brasil, Sérgio Buarque de Holanda; Formação do Brasil Contemporâneo, Caio Prado Junior; Os Donos do Poder, Raymundo Faoro; A Pedagogia do Oprimido, Paulo Freire; O Povo Brasileiro, Darcy Ribeiro; O Negro no Mundo dos Brancos, Florestan Fernandes; A Elite do Atraso, Jesse Sousa.

Através da leitura desses autores conhecemos as mazelas entranhadas na nossa sociedade atual. O patrimonialismo, que confunde o público com o privado, apropriando-se do Estado com exclusivos privilégios para a elite; o racismo dissimulado que fomenta o preconceito e a discriminação, até mais nocivo que o explícito; o corporativismo, que quer tratamento diferenciado e imoral (quando o STJ e STF pedem prioridade para a vacinação). Enfim, chagas que precisamos reconhecê-las e combatê-las já que são causas do nosso atraso como Nação.

Concluindo, a falta de senso crítico e a intolerância são frutos do conhecimento superficial da realidade, levando à manipulação ideológica e a transformação do povo em boiada. 

 

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