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Rodrigo Marinho: A péssima gestão da pandemia no Ceará
Opinião

Rodrigo Marinho: A péssima gestão da pandemia no Ceará

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Rodrigo Saraiva Marinho, advogado (Foto: Acervo pessoal)
Foto: Acervo pessoal Rodrigo Saraiva Marinho, advogado

Em março de 2020, participei de reunião com o então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, sobre a lei do coronavírus na Câmara dos Deputados. Foi falado pelo ministro que precisaríamos parar a economia por um período para que fosse melhorado o sistema de saúde.

A população aceitou esse desafio e durante alguns meses diversos setores da economia pararam com o objetivo das pessoas não irem ao hospital ao mesmo tempo e assim ser possível atender àquelas que precisariam ser tratadas por conta da contaminação do Covid-19.

Em Fortaleza, foi construído o hospital de campanha no estádio Presidente Vargas (PV), sendo montada a estrutura por cima do gramado, cimentado com essa finalidade. Além disso, foi montada a estrutura de um hospital de campanha ao lado do Albert Sabin.

Respiradores foram comprados para que fosse possível combater o vírus com a maior efetividade possível e, assim, vidas fossem salvas. Porém, existiram absurdos nesse caminho que precisam ser destacados para demonstrar a péssima gestão da pandemia no Ceará.

Com relação ao hospital do PV, ocorreu a operação Cartão Vermelho da Polícia Federal, que tinha por objetivo "apurar suposto desvio de recursos públicos destinados ao combate do novo coronavírus em Fortaleza."

Já o hospital de campanha do Albert Sabin nunca entrou em operação, tendo sido montado durante o pior momento da pandemia e depois desmontado para ser, segundo a prefeitura de Fortaleza, remontado em outro lugar. Algo que até o presente momento não ocorreu.

A operação Dispnéia, da Polícia Federal, é referente aos respiradores e teve por objetivo investigar superfaturamento dos valores pagos, que atingiram o montante de R$ 34,7 milhões e que nunca foram entregues.

O prejuízo foi de R$ 17 milhões, além de 42% dos leitos fechados, segundo divulgado pela imprensa local em setembro.

Por fim, perguntas precisam ser respondidas: a) por que o hospital de campanha do PV foi fechado? b) onde foi instalado o hospital de campanha que estava no Albert Sabin? c) onde estão os respiradores comprados que nunca foram entregues? d) e o calote dos R$ 17 milhões de reais? 

 

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