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Emília Buarque: Sociedade reprova o lockdown nas escolas
Opinião

Emília Buarque: Sociedade reprova o lockdown nas escolas

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Emília Buarque, presidente do Lide Ceará (Foto: Acervo pessoal)
Foto: Acervo pessoal Emília Buarque, presidente do Lide Ceará

Educação sempre foi uma bandeira do Ceará e nesta crise espera-se a construção de um processo inovador, que seja mais uma vez referência para o País.

É imperativo destacar que a gestão estadual não tem medido esforços para conter uma crise sanitária sem precedentes, e que repetidamente vem acometendo o Estado com um dos mais críticos cenários de todo o País.

A bem da verdade, muitas medidas não passam de experimentos em tempo real, já que não foram testadas e nem há relato anterior de eficiência.

Pela falta de coordenação global e nacional, os protocolos de segurança no Brasil foram "estadualizados", o que levou parte expressiva da população à exposição mais ou menos densa ao vírus.

No entanto, todos os gestores governamentais hão que fazer um mea culpa, ou melhor que isso, dialogar e compreender as variáveis das decisões tomadas. Não há retrocesso em ceder, pois a experiência que vivemos é absolutamente nova e passível de equívocos.

Porém, é inadmissível perceber que se institui uma determinação, justificando-se através de um parecer científico, quando inúmeros cientistas e governos pelo mundo alegam e exercem posicionamentos diametralmente opostos.

Pergunta-se: escolas não são empresas? Recomenda-se, e não se determina, trabalho remoto para os demais setores. Mas o segmento da educação não está incluído neste escopo?

Muitos segmentos permanecem abertos e unidades escolares, fechadas. Sendo um tipo de negócio onde não há informalidade e onde se preservam regras rígidas de conduta e higiene por princípio, estes estabelecimentos não deveriam estar em funcionamento?

Percebe-se a ampliação da violência e criminalidade, diante da exposição de crianças e jovens a ambientes livres de moral em muitos casos? Inquire-se sobre o agravamento de problemas psicológicos decorrentes da falta de socialização e organização de rotinas? Entende-se o déficit na formação deste grupo ora penalizado pela ineficiência ainda prevista no ensino remoto? Por fim, em que lugar da ciência esta decisão está amparada?

Todos sofremos perdas de grandes proporções, porém, será irreparável o impacto absorvido por crianças e jovens que vivenciam a pandemia da Covid-19. Não será fácil e os riscos são passíveis, mas infinitamente menores que o doloroso processo que se impõe a esta geração. 

 

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