A população cresce a despeito da incapacidade do planeta de acompanhar com recursos naturais. Além disso, migramos para cidades adensadas, com aglomerações. Destaque: Fortaleza é a capital mais densa do Brasil. Agora, esforçamo-nos para evitar as aglomerações.

O Transporte Coletivo é direito social e é indispensável para grandes cidades. Viabiliza cabermos nas vias, ocupando 17 vezes menos espaço que o transporte individual, e possibilita políticas de gratuidades e benefícios a públicos distintos, além do controle estatal sobre a tarifa e atributos do serviço como tipo de ônibus e a relação entre oferta e demanda, que resulta nos níveis de ocupação da frota.

É consenso mundial que o transporte coletivo deve ser apoiado e incentivado. A dificuldade é fazer esse serviço caber no bolso dos que pagam passagem. Países desenvolvidos já colocaram no orçamento público esse suporte, conscientes que é justo apoiar o cidadão que usa o coletivo e que esses investimentos retornam com produtividade econômica e qualidade de vida, além da redução de gastos na saúde por conta de acidentes de trânsito e poluição. Para tentar sustentar o serviço só com os que pagam é preciso ser hiperprodutivo.

A pandemia amplificou o desafio. Governos em crise fiscal se vendo obrigados a tratar com urgência de uma oferta maior sem arrecadação. Especialmente nos horários de pico, que ainda não se conhece solução viável.

Em Fortaleza, as empresas vêm fazendo mais do que conseguem. Considerando nosso histórico, proporcionalmente à demanda atual a frota vinha cerca de 30% maior e recentemente houve um pacto para apoio estatal buscando mais um incremento de frota nos horários de maior demanda. Isso deve trazer alívio nessa segunda onda de transmissão da Covid, mas é imperioso que a discussão de longo prazo continue. n