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Tecnologias e interação em tempos de distanciamento
Opinião

Tecnologias e interação em tempos de distanciamento

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Escrever sobre educação é mais que importante, é questão de cidadania! Pensar sobre escola, no entanto, nos remete à ideia de contato, de presença, de relações entre pessoas e de um espaço pensado sobre e para que a aprendizagem aconteça.

Gosto de pensar que a complexidade com que o mundo moderno se apresenta para nós nos imputa o desafio de revermos e repensarmos todos os elementos que costumávamos aceitar como verdade absoluta.

Quando me perguntam como manter o interesse dos alunos em aulas, eu sempre me pego pensando se Vigotski (reconhecido por suas teorias) imaginaria um acontecimento como o que vivemos. Foi ele quem cunhou o conceito de mediação que pressupõe a interação entre indivíduos com a qual estávamos habituados de modo presencial, mas não a distância. Me parece cabível assinalar que a interação continua a existir mesmo em tempos remotos, mas por instrumentos com os quais nem sempre estávamos familiarizados.

Há que se admitir que a tecnologia há muito tempo era requisitada nas instituições de ensino e que a pandemia, forçosamente obrigou os profissionais de educação a essa aproximação. Isso é um ganho! Mas é inegável que a realidade dos sistemas de educação do país fora escancarada ao público. A disparidade entre escola pública e privada, as lacunas do processo e a enorme diferença de estrutura mais do que nunca, foram evidenciadas.

As evidências não poderiam ser piores, obviamente! Assistimos, lemos e ouvimos, dia após dia, as dificuldades que os governos encontram ao tentar contornar a situação provocada pelo coronavírus e, ao mesmo tempo, os vemos tentar diminuir a distância entre público e privado, ao proibir a continuidade dos trabalhos de um lado alterando pouco ou quase nada da realidade do outro. Eis uma irremediável perda!

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