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Emmanuel Furtado: Salário emocional em tempos de pandemia
Opinião

Emmanuel Furtado: Salário emocional em tempos de pandemia

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Emmanuel Furtado
Desembargador corregedor do TRT e professor da UFC
 (Foto: Acervo pessoal)
Foto: Acervo pessoal Emmanuel Furtado Desembargador corregedor do TRT e professor da UFC

A palavra salário vem de sal, que, na época do Império Romano, era um bem escasso e por tal servia de paga aos soldados. Não há dúvida que a aspiração de todo trabalhador é auferir um satisfatório salário, com o qual possa suprir suas necessidades e de sua família e viver com dignidade.

Há de existir uma equivalência entre o trabalho prestado e o salário auferido (comutatividade). Não se pode fechar os olhos diante do alto índice de desemprego em que está mergulhado o País, com tendência de queda salarial, pela lei da oferta e da demanda.

Existem outros elementos propiciadores do maior ou menor contentamento do laborista no trabalho, que não o dinheiro, aos quais vêm os especialistas denominando de salário emocional.

Seriam todas as coisas positivas advindas do trabalho realizado, que não especificamente o ganho financeiro. São espécies de complementos ou recompensas que podem melhorar a satisfação no trabalho.

A mexicana Marisa Elizundia pesquisa o tema há anos na Espanha, avançado país no trato com o Direito do Trabalho. Criou o Barômetro do Salário Emocional (ESB, sigla em inglês). Dele se auferem os benefícios exclusivamente emocionais obtidos no trabalho.

De se dizer que, em tempos de pandemia, fatores emocionais que condicionam o trabalho, dando a sensação de "se viver para trabalhar", requerem mais que nunca força e empenho para um satisfatório desempenho laboral.

Assim, salário econômico é a base, mas tudo o mais que ajuda àquele que dedica um terço de sua vida ao trabalho vai para a conta do salário emocional, o qual tem a força de influenciar as decisões a serem tomadas, comportamentos e as relações com os demais na empresa.

É lógico que um alto salário emocional não compensa um baixo salário econômico, razão pela qual, se o empregador quer manter seus melhores talentos, há de lhes remunerar a contento.

Reconhecimento patronal ao obreiro, treinamentos, horários flexíveis, folgas, autonomia, pertencimento, criatividade, prazer, domínio da função, inspiração e crescimento pessoal e profissional, dentre outros, seriam exemplos de salários emocionais. 

 

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