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Saraiva Júnior: Revendo conceitos políticos
Opinião

Saraiva Júnior: Revendo conceitos políticos

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Saraiva Júnior, escritor (Foto: Acervo pessoal)
Foto: Acervo pessoal Saraiva Júnior, escritor

Todos nós temos virtudes e defeitos. Ao questioná-los, damos o primeiro passo para nos tornarmos pessoas melhores. Qualquer grupo social - associações, sindicatos ou partidos políticos - precisa se auto avaliar, e, fundamentalmente, saber considerar as críticas da sociedade.

A esquerda não está isenta dessas críticas e avaliações, mesmo porque precisa qualificar-se para melhor servir à sociedade. A volta de Lula à elegibilidade criou o momento propício para revisão de conceitos e atitudes de uma nova fase.

Há o ditado popular: "Quer conhecer a bruxa? Dê-lhe a vassoura". Alguns militantes da esquerda, ao assumirem o poder de prefeitura ou estado, esquecem suas raízes e bases.

A arrogância e a vaidade sobem à cabeça desses pretensos líderes. Passam a enxergar somente as próximas eleições, tal qual velhos políticos que eles tanto criticaram por não largar o osso. A inevitável dinâmica da vida parece que pegou a esquerda de surpresa.

O avanço tecnológico, as novas formas de relacionamentos, o envolvimento e a sutileza de outros conhecimentos e meios técnicos, tudo aponta para os espaços virtuais e as redes sociais. Youtube, Instagram, Facebook, Twitter e Whatsaap vêm causando tanto impacto, inclusive produzindo cegueira.

Além disso, os games que simulam realidades paralelas tornam-se febre de crianças, adolescentes e adultos. A esquerda, do alto de sua arrogância, ignorou solenemente tais ferramentas políticas também.

O momento exige rever conceitos de dentro e de fora das alianças partidárias. Algumas perguntas incomodam. Afinal, por que a maioria das igrejas evangélicas volta-se para a direita?

Confiaram demais no apoio das antigas comunidades eclesiais de base da igreja Católica? Ou será que as comunidades eclesiais não tinham mais as bases? Repensar essas questões implica em um exercício de humildade.

Conheci um prefeito, com fama de esquerdista, de uma cidade do interior do Ceará. Ele costumava deixar o bispo diocesano na sala de espera de seu gabinete por horas.

Houve uma vez em que ele saiu pelas portas dos fundos, com ares de esnobe. Esses e outros sintomas de arrogância precisam vir à baila para serem contidos, sob pena de continuarem fazendo bobagens. Calma! Críticas e autocríticas não querem dizer necessariamente expurgos.

 

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