Jornalista formada em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará (UFC). É editora digital de Economia do O POVO, onde começou em 2014. Atualmente, cursa MBA em Gestão de Negócios e está andamento de Certificação Internacional em Marketing Digital pela ESPM
Foram 11 dias de internação após a contaminação pelo novo coronavírus no velório da minha avó. Usava uma máscara e hoje, ao ir à fisioterapia, faço uso de duas. Os dias internada tinham rotina rígida e repleta de 12 remédios diários.
Os médicos, enfermeiros, técnicos e funcionários que entravam no apartamento 612 estavam visivelmente exaustos. Os depoimentos corroboravam com a imagem: "vou ter de dobrar o turno", era a frase recorrente. Muitos dos colegas de trabalho adoeciam. Os heróis da vida real são mortais.
E este é apenas um pequeno recorte da pandemia, que já ultrapassa as 300 mil mortes e os 12 milhões de casos no Brasil, além de cemitérios e funerárias com filas para enterrar os falecidos.
Enfrentei os sintomas, cujos meus envolveram, por exemplo, suor frio, dores agonizantes no corpo, principalmente na lombar, até chegar à temida falta de ar. Sentia o pulmão apertar. Estava realmente reduzido, a respiração era curta.
Com exame positivo, tomografia mostrando 50% do pulmão comprometido e proteína do vírus em alta, fui imediatamente encaminhada para o oxigênio. Cheguei aos 15 litros/minuto e meu corpo começou a reagir, ali, deitada de bruços na cama na maior parte do tempo.
Cada sintoma era tratado com um medicamento diferente. Ao fim da internação, feliz por estar em casa, mas ainda na cadeira de rodas, contei 12 furos no braço e 11 na barriga, resultados das medicações e anticoagulantes.
Pela mente muito se passa e, confesso, o psicológico foi um diferencial e me ajudou muito a não me desesperar. Mantive a calma em todos os momentos, até mesmo quando a médica disse com o semblante triste: "tão novinha e já assim com o pulmão tão comprometido, vamos internar".
No final de tudo isso, comemorei, agradeci a Deus e cheguei a dizer que venci o vírus, mas assim não considero. A pandemia é uma questão global, então, não diz respeito somente a mim.
Sei que faço parte dos mais de 10 milhões de curados, mas somente vou dizer que venci realmente a Covid-19 quando puder pronunciar isso no retorno definitivo da sociedade às ruas, quando nós, como população, que muito teima contra vacina e medidas restritivas, pudermos juntos comemorar.
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