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Carlos Queiroz: O paradoxo da Páscoa
Opinião

Carlos Queiroz: O paradoxo da Páscoa

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Carlos Queiroz, pastor (Foto: DIVULGADOR)
Foto: DIVULGADOR Carlos Queiroz, pastor

O Apóstolo João descreve a pascoa como caminho de festa e morte - "Ora, antes da Festa da Páscoa, sabendo Jesus (que era a ocasião da sua morte), tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim" (João 13:1).

Jesus Cristo estava diante de um cenário dramático e catastrófico. Não somente pela realidade cruel da crucificação que haveria de enfrentar, mas também, pelas manifestações desumanas naquela ambiência de obscurantismo.

Sobre ele, falavam mentiras deslavadas e perversas. As mentiras eram celebradas como se fossem verdades triunfantes. Anás e Caifás, sacerdotes em evidência, amasiados com o Palácio (Lucas 3:1-3) maquinavam todas as misérias e perversidades possíveis. Perto de Jesus, estavam pessoas negacionistas, como foi o caso do Pedro, que não só se aventurou a negar a realidade (Mateus 16:21-23), como também a amizade com o Cristo.

O ambiente era propicio para quem aspirava lucro financeiro, usando a catástrofe como meio ilícito para fazer dinheiro. Judas, o traidor, não perdeu a oportunidade e negociou com os déspotas de seu tempo o caminho mais fácil para que o Cristo fosse crucificado.

Na estrada da festa e morte, enquanto alguns estavam vomitando ódio e violência esbanjando suas polarizações perversas, o Jesus Cristo de Nazaré destilava amor em suas ações e palavras.

Enquanto, um dos ladrões erguido como malfeitor clamou diante de sua miséria, Jesus em solidariedade resgatou suas esperanças de vida no Paraiso.

Em meio a dor e ao luto, Filho querido, destilou palavras de consolação e cuidado para a sua mãe Maria e o seu querido amigo João. Da Páscoa, podemos aprender sobre essas oportunidades da vida.

Em meio ao luto, sejamos o consolo e o abrigo para as pessoas aflitas. Em meio aos vômitos de ódio e violência respiremos amor e transpiremos pacificação. No Evangelho de João, paradoxalmente, o Calvário se transformou num jardim (João 19:41). A noite da traição em expressão de graciosidade, gratuidade e partilha - "tendo dado graças, partiu o pão".

À semelhança de outras pessoas, estou vivendo a minha páscoa de dor e consolação; destilando amor em meio ao ódio; sendo pacificador diante das guerras, lutando por justiça num mundo de espoliação, desigualdades e injustiças. Só assim podemos expressar: Feliz Páscoa!!! 

 

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