A Organização Mundial de Saúde (OMS) declara, em março de 2020, a pandemia de covid-19. Pandemia catastrófica que se abateu sobre o mundo e, em especial, sobre o Brasil, país que está entre aqueles com mais registros de infecção e de mortes em

decorrência das complicações da covid-19.

No país, desde o início da pandemia, estados e municípios implementaram políticas para minimizar o risco de transmissão e fortaleceram a capacidade do sistema de saúde no tratamento contra a covid-19, adotando prioritariamente, no início, políticas de distanciamento social. Vivenciando um cenário de crises sociais, econômicas, de negacionismo das evidências científicas, há um fortalecimento da crise sanitária de proporções inéditas, incitada pelas ações equivocadas e inações deliberadas na condução do enfrentamento da pandemia no país, causando mais ansiedade e instabilidade em toda a população.

Nesse contexto, a carga de morbidade e mortalidade da covid-19 recaiu principalmente sobre os mais pobres, as populações negras e tradicionais, os socialmente excluídos, desvelando e aprofundando as já enormes desigualdades sociais em saúde no país, principalmente nas regiões Norte e Nordeste do país, profundamente marcadas por desigualdades e menos assistências e investimentos em saúde.

O Sistema Único de Saúde (SUS) teve que se readequar para atender as necessidades, possibilitando o acesso a tratamentos para pessoas infectadas, realizando ampla distribuição de imunobiológicos e vacinando a maior parte da população brasileira. A esperança de continuarmos vivendo, de superarmos esta pandemia, foi alicerçada pela potência do SUS como política pública.

Pandemias têm efeitos deletérios muito além daqueles visíveis nas estatísticas de morbimortalidade. O que podemos esperar da sociedade que estamos inseridos? A crise estabelecida encontrada no início desta pandemia tem se estabelecido ainda, mais fortemente sobre os brasileiros e o mundo. Como suscitar em todos valores sociais, esperança e um sistema de saúde mais humanizado? n