O modelo expositivo de ensino em que só o professor tem voz nas aulas está sendo alterado. Com a proposta do Novo Ensino Médio e a aplicação das metodologias ativas, os estudantes devem assumir papel mais ativo na construção do saber, enquanto educadores passam a estimular esse protagonismo para que a aprendizagem seja mais atrativa. Para que essa evolução seja mais célere, todos precisam abraçar essa nova realidade e se mobilizar.

Essas mudanças não são novidade. Na Idade Média, a educação era prerrogativa da Igreja. Com a Revolução Industrial, o acesso à educação foi ampliado e o modelo de ensino 2.0 foi marcado por tarefas repetitivas, individuais e por relações de dominação e disciplina rigorosa. Embora algumas escolas ainda sigam essa linha, outras vertentes educacionais emergiram.

Assim chegamos à educação 3.0, sistema previsto pelo Novo Ensino Médio, focado na autonomia, criatividade, flexibilização e maior participação do estudante no processo de ensino-aprendizagem. Nesta concepção os educadores buscam o diálogo e precisam se adaptar às características dos alunos, selecionando recursos adequados para motivar e estabelecer a cooperação para a construção do saber de forma colaborativa.

Com o avanço tecnológico, acelerado pela pandemia, algumas escolas estão aderindo ao modelo 4.0, que agrega linguagem computacional, inteligência artificial e Internet das Coisas. Nele, a cultura maker ganha força, o aluno aprende fazendo e o fluxo contínuo de desenvolvimento tecnológico impacta o modo de aprender, comunicar, organizar e relacionar-se com os outros.

O acesso à tecnologia no país ainda é limitado e o sistema de ensino flutua entre o 2.0 e o 4.0. Para minimizar as desigualdades e mudar não basta esperar apenas políticas públicas, outros órgãos e atores precisam se envolver. A participação da sociedade nas ações da comunidade escolar é necessária, pois abre espaço para o diálogo e para a busca de soluções que se adequem à realidade local. n