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Antonio Jorge Pereira Júnior: Pesadelo de Justiça e a agonia da democracia encenada
Opinião

Antonio Jorge Pereira Júnior: Pesadelo de Justiça e a agonia da democracia encenada

O maior processo de desmonte da corrupção no Brasil, a Lava Jato, jazia sepultada sob a alegação de "abuso de autoridade", cujo "conhecimento" maculado nasceu de provas ilícitas, sorrateiramente engolidas pela corte
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Antonio Jorge Pereira Júnior, doutor e mestre em Direito - USP, professor do Programa de Mestrado e Doutorado em Direito da Unifor (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Antonio Jorge Pereira Júnior, doutor e mestre em Direito - USP, professor do Programa de Mestrado e Doutorado em Direito da Unifor

Prezado leitor, compartilho uma noite terrível que passei.

Em pesadelo asfixiante, via a justiça agonizando, corrompida pela impunidade.

Ministros da Suprema Corte, outrora baluartes da lei, foram transformados em marionetes de um teatro sombrio, onde criminosos reinavam, a lei era ultrajada e a vontade popular, esmagada pela dos "iluminados" da corte.

Cenas perturbadoras assaltavam minha mente.

Um dos onze, por exemplo, alheio ao clamor popular, vetou ações policiais em favelas da 2 maior cidade do país, como se outorgasse salvo-conduto aos bandidos. O resultado? A violência, vertiginosa, aumentou a sensação da população de estar num cárcere de medo.

Outro, censor implacável de revista que especulou "estranhas" finanças ao seu redor, libertava corruptos confessos, saqueadores impiedosos dos cofres públicos.

O maior processo de desmonte da corrupção no Brasil, a Lava Jato, jazia sepultada sob a alegação de "abuso de autoridade", cujo "conhecimento" maculado nasceu de provas ilícitas, sorrateiramente engolidas pela corte.

O mesmo censor já citado, em ato de prepotência, instaurou inquérito abusivo. Ilegal desde o berço, julgaram-se imunes à Constituição. E, como anel corruptor do Senhor dos Anéis, entregou-o a um colega que brande a toga contra a democracia, perseguindo oponentes e protegendo aliados em obsceno conluio, em nome da demo...

E se viu a corte, fora de sua alçada, orquestrar a queda de figura popular, usando inquéritos e a sensação de poder para atropelar o devido processo legal.

Assim, no pesadelo, via-se a incoerência da corte: criticavam as delações da Lava Jato, mas se aceitava delação forçada, tecida com mentiras, contra um ex-presidente, sob a farsa de "tentativa de golpe", forçando outro órgão a emitir denúncia que extrapolava até a narrativa da investigação.

Para dar corpo à farsa, qualificaram vandalismo como "tentativa de deposição".

E até um assessor do ex-presidente foi aprisionado por 6 meses, dez dias em solitária, e silenciado – ainda proibido de dar entrevista -, sem qualquer vestígio de crime.

E certa mídia vendida, cúmplice, silenciava os horrores, brandindo a "defesa da democracia".

Pesadelo horrendo!

Acordei assustado.

Ainda bem que é só um sonho... ou não?

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