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Para ir mais longe
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Para ir mais longe

Aposta de tendência mundial, o mundo das collabs tem fortalecido novas formas de produção e consumo, com menos desperdício, e mais criatividade
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ELO Collab - Coleção Aragem (Foto: Anie Barreto/Divulgação)
Foto: Anie Barreto/Divulgação ELO Collab - Coleção Aragem

Enquanto inicia esta leitura, provavelmente, alguma nova parceria, resultando em um produto, da moda ou design, por exemplo, chega ao mercado. Não que seja um movimento de agora, mas é o novo momento do "co" (e companhia: collab, colaborativo e cocriação), que vem conquistando e ou influenciando um modo de comportamento atual em sociedade, não só a partir de 2020, mas por toda uma "urgência" evidenciada, antes, até. "Acredito que o agravamento dos problemas ambientais e sociais, junto com a tecnologia, tanto na questão do acesso à informação quanto na ampliação da conexão entre os indivíduos, recriam esse ambiente propício ao coletivo", repercute porta-voz da CeArt, Raquel Veras - que em outro ponto, nesta reportagem, fala de um exemplo, de mundos compartilhados, com ela sob os cuidados. "A ideia agora é dividir para multiplicar", percebe hoje.

Frente a essas e outras transformações, de estilo, uma delas, o compartilhar que ela menciona passou a ser essa nova era. Quem co e cria. Todos juntos e ou em um mesmo espaço, por exemplo, o Elo. "Mais do que nunca, o colaborativo é o caminho. Estar junto no momento de incerteza, poder dividir responsabilidades e buscar saídas quando tudo muda, é sem dúvidas mais fácil quando não se está só. Ter um grupo que compartilha das suas ideias, que reforça as suas qualidades, e aponta melhorias, sem competição, colaborando, querendo que o coletivo cresça, é engrandecedor", relata Suyenne Lemos, uma das três designers que formam a marca, atualmente, no endereço da loja Cena Autoral.

Nessa mesma pegada "co", Suyenne, Evelyn Matthews e Monike Oliveira dão liga à "Aragem", nova Elo Collab, lançada no início do mês, por conta da pandemia, de forma apenas virtual. "Nas três linhas que compõem a coleção, o algodão, a rede, o chão rachado e as construções rústicas foram as principais referências visuais", cita Suyenne, que é arquiteta, à frente também da Elemento Fio (na Elabore Collab). "De certa forma a Coleção Aragem foi um retorno, já que a proposta seria trabalhar com grupos de artesanato", revela que, também por conta da crise de Covid-19, não foi possível ir até os grupos. "Trabalhamos então com artesãos de Fortaleza", para uma "dança" que é maior, em sua origem.

A coleção, acrescenta Evelyn Matthews (que, além do Elo, tem a Padma), faz parte do projeto do Sebrae sobre economia criativa. "O projeto teve como premissa a valorização do artesanal, do fazer com as mãos, dividimos o Ceará em serra, litoral(mar) e sertão, queríamos mostrar a beleza do Ceará com seus aspectos regionais e seus afazeres", descreve. "Foi olhando para o mar, vendo sua imensidão, que nasceu nossa coleção", também orgulha-se a designer Monike Oliveira, entregue como um dos elos, nessa cocriação, onde também imprime seu estilo, que é da marca K, de roupas.

O Elo teve estreia no ano de 2017 na galeria ComtemporArte. De lá para cá, a concretização de um sonho, segundo Evelyn, de três amigas, não só profissionais. "A base do Elo é ser colaborativo, é agregar, temos um lema que é: 'Empatia - Colaboração - Coragem', compartilha, hoje, mais reflexiva. "Nesse momento mais que nunca requer a colaboração e é preciso somar as forças, as ideias se doar para que possamos crescer juntas e poder tornar os sonhos em realidades", ela entende, apontando também os espaços, nessa linha. "Se quiser ir rápido, vá sozinho. Se quiser ir longe, vá em grupo", costuma parafrasear de um provérbio africano. E é isso, também pensa Monike. "Ninguém é um ser isolado. Todos nós precisamos do outro e nos negócios não é diferente", ela completa.

ASICS X VIVIENNE WESTWOOD GEL-KAYANO 26
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No radar

Seu guia de bolso

Birds

@birdscollab

Mais informações: (85) 99924-0001

Casa da Vila

@casadavila.co

Mais informações: (85) 99191.4040

Casarão Elabore ®

@elaborecs

Mais informações: (85) 99928-0217

Também tem no RioMar Fortaleza (@elaboreriomar)

ColaBora

@colabora_loja

Mais informações: (85) 99177-5011

Loja Cena Autoral

@lojacenaautoral

Onde também funciona a @casa_bendita

Mais informações: (85) 99656-5965

Loja #Estilo

@iguatemifortaleza

Mais informações: (85) 3477-3560

Iguatemi Fortaleza inova com loja conceitual temática sob curadoria de influenciadores convidados
Iguatemi Fortaleza inova com loja conceitual temática sob curadoria de influenciadores convidados

#estilo

O espaço, recém-lançado no shopping Iguatemi Fortaleza, é um projeto, segundo o empreendimento, inédito no Ceará, que visa ser, além de um show room, com peças catalogadas por influencers convidados a cada edição temática, um start para cocriação junto a profissionais, da área de arquitetura, inclusive. Responsável por abordar o projeto de estreia, "Celebração", que também repercute na seleção de itens disponíveis no interior da loja, a arquiteta Milena Holanda comenta. "Tem muito do que eu acredito: a união de várias pessoas para se tornar mais forte. O mundo fica melhor quando compartilhado", acredita.

Home & Decor - Design Criativo por Fábrica85
Home & Decor - Design Criativo por Fábrica85

O voo da BIRDS

Lançada em outubro deste ano, a loja Birds, no Jardins Open Mall, já nasceu em resposta à atualização do "co". "(Foi) a primeira coisa que entendemos, que é um novo mundo", considerou a gerente de marketing do shopping, Raquel Carioca, indo além de comercial. "É uma questão pela preocupação com o momento atual que estamos vivendo", atribui à ideia por trás do espaço, já com 18 marcas (De Catarina a Fábrica85, da foto), lançando lente também ao social, na casadinha com a Central de Artesanato do Ceará (CeArt), por exemplo, que está no local. "A parceria nasceu com o intuito de expandir nossa área de ação e acreditando que esse projeto colaborativo é crescente, faz sentido e dialoga perfeitamente com a forma de trabalho e ofício do artesão. Trabalhamos acreditando que colocar nosso artesanato junto à novas marcas locais criativas e solidárias é ampliar a voz do artesão cearense", explica Raquel Veras, gerente de eventos e projetos da CeArt, também sobre os detalhes. "Participamos da decoração do espaço com peças CeArt e colocamos alguns produtos à venda, mas também com a intenção final de levar esse cliente da Collab à loja CeArt do Shopping Aldeota".

FORTALEZA, CE, BRASIL, 24.11.2020: Cândida Lopes, designer. A era do
FORTALEZA, CE, BRASIL, 24.11.2020: Cândida Lopes, designer. A era do "co". Vamos apresentar o novo momento das collabs e dos espaços colaborativos.. Em época de COVID-19. (Foto: Aurelio Alves/O POVO).

Pelas linhas que somam

No momento atual, nem é preciso ir muito longe, para perceber que "cada vez mais precisamos unir forças". A clareza vem da designer cearense Cândida Lopes, que prefere ir direto ao ponto, sem muita cerimônia. "Sei que é clichê mas o 'Juntos somos mais fortes' faz sentido demais principalmente em momentos de economia frágil", ela relaciona. "Vários artistas/designers se unindo para poder expor o seu trabalho de uma maneira digna e com propósito". Cândida tem. É autoral. Lança-se assim, com este "sobrenome", por sinal, ao mercado. Na marca, no mesmo endereço e guarda-chuva da loja Cena, peças que dão cara nova ao bordado cearense, multiplicado um a um, nas mais diversas formas de demonstrar afeto. "A curadoria de designers muito me agrada", conta sobre a partilha, no mesmo local. "Esses espaços representam uma oportunidade de mostrar o nosso trabalho de uma forma física. Alguns de nossos clientes virtuais também sentiam essa necessidade de um contato mais orgânico", afirma. Apesar de desenvolver uma marca solo, a experiência de Cláudia, na moda há cerca de 20 anos, claro, é muito além. "Por volta de 12 anos atrás alguns estilistas locais liderados por Matias, estavam montando a primeira loja colaborativa de Fortaleza", recorda. Em forma de collab, idem. "Há muito tempo atrás, inclusive no Festival Vida&Arte do O POVO desenvolvi uma coleção com o artista plástico Wilson Neto e foi incrível", traz à tona. "Acho muito interessante essa troca e pretendo ter essa experiência novamente", planeja. "A ideia de coletivo, de trocar, de compartilhar, é ancestral", Cláudia também conceitua. "Povos indígenas já se relacionavam dentro dessa cultura colaborativa, mas esse costume ficou perdido por algum tempo", agora, com novo olhar, sendo retomado.

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