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Sem sair do sofá
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É jornalista e designer de moda formada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Integrou a equipe das Revistas e do Núcleo de Cultura e Entretenimento (caderno Vida&Arte). É repórter da assessoria de comunicação do O POVO. Escreve para a Supernovas aos domingos. Aborda moda e beleza em relação ao corpo e memória, saúde e bem-estar.

Jully Lourenço arte e cultura

Sem sair do sofá

Tipo Opinião
Camille STYLES + a descoberta do "Delta de Vênus" por Anaïs Nin (nas mãos de Emily) (Foto: Reprodução/Netflix)
Foto: Reprodução/Netflix Camille STYLES + a descoberta do "Delta de Vênus" por Anaïs Nin (nas mãos de Emily)

Fui de uma ponta a outra. Após conhecer o mundo de Harmon em "O Gambito da Rainha", embarquei em um mundo de sonhos e perrengues vivido por "Emily em Paris". Mas não foi pelos looks, se quer saber. Rendi-me de outras formas. A primeira é para nos fazer pensar: o que teria Emily a ver com a saída da Bottega Veneta das redes sociais? Aparentemente, nada. Não é algo que se verá no enredo da trama, mas, parecido... Enquanto a grife reage à interferência do algoritmo sobre sua visão sobre o luxo, a personagem de Lily Collins, que sai de Chicago para trabalhar, por um ano, em uma agência de marketing francesa, defende justo o oposto, a permanência e o jogo de desejos em telas de feed. Mas o que é o luxo se não preservá-lo, a tempo, de um tempo minado, como o Instagram? O exclusivo e os conceitos de marca agora são outros, e que bom. Talvez Emily, que não desgruda do celular nem para de postar sobre si vendo tudo uma oportunidade instagramavél, desacelere um pouco e conclua algo em sua segunda temporada. Talvez não.

O segundo ponto

Desperta à cultura local. Só isso já vale!

Apesar de um histórico que não nega as evidências, a série é do mesmo criador e figurinista de Carrie Bradshaw em "Sex and the City", que volta em breve na HBO Max, o estilo desenvolvido para Emily, no entanto, é tão ostentoso quanto enfadonho. Cada dia é uma árvore de Natal acesa. Por sorte, tem a Sylvie, interpretada por uma típica francesa, Philippine Leroy-Beaulieu. Ela é a chefe de Emily, uma mulher madura que se sente muito à vontade em modelos sexies. Por que não? Também francesa está Camille (Camille Razat) (foto).

Cenas de clichê

A moda e o irreal/inacessível

(Spoiler) Sair banhada de grife e não ter água no chuveiro. Algo de errado não está certo. Então: "Como?", talvez perguntasse Carrie. Será um aluguel de grifes?...

Repetecos: "Cinderela em Paris" ou show do McQueen? Releituras que chamam. Ah, tá.

Pitadas mais

"Le Sauvage" (1975), com Catherine Deneuve (Nelly). Um vestido chemise e uma sandália de salto grosso ou uma anabela e, pronto! Charme: Um acessório de flor que surge no primeiro look usado pela atriz.

O que é "coisite"

Adquirir impensadamente coisas sem sentido.

PARA O MINIMALISMO: embale tudo em caixas ou em algo que possa lacrar e escrever sobre o que é. Durante três semanas, acesse só o que for preciso. Passado esse tempo, talvez tenha noção do que importa e do que vive sem. (via "Minimalismo Já", da Netflix)

Válido para todos os ambientes, guarda-roupa e sessão beauty. Livre-se!

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