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Camilo espera "rejeição unânime" a mudança na Previdência rural

2017-03-29 01:30:00
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O governador Camilo Santana (PT) disse ontem esperar “rejeição unânime” de deputados federais do Ceará sobre a inclusão de trabalhadores rurais na reforma da Previdência. Dizendo que seria uma “grande incoerência” aprovar mudanças para este segmento, o governador disse não acreditar que texto de Michel Temer (PMDB) seja aprovado sem mudanças no Congresso.

[SAIBAMAIS]

“A reforma, do jeito que está, não passa. Ela vai ter que sofrer uma série de mudanças (...) mas acho que os deputados cearenses não podem votar medidas que afetem o trabalhador rural. Acho que é uma grande incoerência, principalmente para o semiárido, homens e mulheres que já são tão castigados pela seca, serem aí incluídos com um aumento de idade”, disse.


Apesar de se dizer contrário à proposta do Governo Federal, Camilo destacou que atual modelo é “insustentável” e precisa ser reformado. “Hoje temos 8,5 milhões de pessoas sendo penalizadas por benefícios para 60 mil. É um rombo que cresce a cada dia, só neste ano foi de R$ 1,5 bilhão”. Em entrevista ao O POVO, o governador “bateu o pé” apenas contra mudanças na previdência rural.


Já entre pontos onde a mudança seria necessária, ele inclui o aumento do percentual de contribuição, do tempo mínimo de contribuição e do valor mínimo de contribuição. “A própria expectativa de vida aumentou”, justifica. Camilo não quis comentar se o tempo mínimo previsto pelo governo, de 49 anos de contribuição para aposentadoria integral, é exagerado.

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O governador destaca ainda que existe “diferença muito grande” entre beneficiários privados e servidores públicos.


Sobre que mudanças aprovadas no Congresso que podem “descer” para a reforma no regime estadual, o governador disse que o caso ainda será discutido. “Qualquer mudança vai ter que passar por um amplo processo de discussão, chamando sindicatos e ouvindo todos os lados”.


Previdência rural

Até agora, crítica de Camilo à inclusão de trabalhadores rurais na reforma tem encontrado eco entre parlamentares cearenses. A rejeição à medida ocorre inclusive entre parlamentares de partidos da base aliada do governo Michel Temer.

 

“O Nordeste está com cinco anos de estiagem e caminhando para o sexto ano. Como exigir do trabalhador rural 25 anos de contribuição?”, disse Cabo Sabino (PR), em debate sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência na Câmara.


Já Danilo Forte (PSB) tem destacado necessidade de se pensar alternativas para este segmento da população. “A conta não pode cair em cima dos mais necessitados, principalmente do agricultor rural”, diz. Ele explica que 85% da população brasileira mora no meio urbano.

 

Carlos Mazza

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