Sem apoio do partido, Valéria Monteiro mantém pré-candidatura

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Após o PMN aprovar resolução em que retira o partido da disputa pela Presidência da República, a jornalista Valéria Monteiro decidiu manter a pré-candidatura ao cargo, desafiando a legenda. Sem apoio da sigla, ela percorre estados brasileiros com a chamada “caravana da coragem”, que está em Fortaleza nesta semana.
A ideia é apresentar as propostas, ouvir sugestões e arregimentar apoiadores até o dia 21 de julho, data da convenção do PMN em Brasília. É o encontro que deverá decidir se a legenda terá ou não candidato próprio.
“Há uma movimentação da executiva nacional para que a minha candidatura não chegue até as convenções”, afirma Valéria em entrevista ao O POVO. A pré-candidata classifica a relação com o partido como “desgastada” e acusa o presidente nacional da sigla, Carlos Massarollo, de atrapalhar as investidas dela pelo País. “Ele intimida os dirigentes regionais do partido para que não me recebam. Há um movimento das bases do partidos que querem candidatura própria”, critica.
Ex-apresentadora do “Jornal Nacional” e do “Fantástico” até o começo dos anos 1990, Valéria Monteiro conta que decidiu entrar na política porque estava “angustiada com os rumos” do País.
“Fiz um vídeo que recebeu mais de 200 mil visualizações. Fui procurando um partido que fosse corajoso o suficiente para me oferecer essa plataforma para debater os grandes temas nacionais”, relata.
Em janeiro, ela se filiou ao PMN, que, meses mais tarde, desistiu da candidatura de Valéria ao cargo. Ela acredita que o partido, à época, já pretendia lançá-la como candidata à deputada ou senadora, cargos que ela não quer disputar. ”Não tenho plano B. Isso vem da minha postura como jornalista, eu tenho palavra”, sustenta.
Com dificuldade de trânsito dentro do próprio partido, Valéria atribui as mudanças de plano da sigla em razão das novas regras eleitorais que entram em vigor a partir deste ano. “Hoje, vejo que eles provavelmente queriam se utilizar da minha celebridade para puxar votos e superar a cláusula de barreira.”
Em sua primeira experiência política, Valéria diz que “não tinha ideia das distorções possíveis de um partido político”. Ela critica o poder das executivas dos partidos.
A jornalista defende que o PMN saia com chapa pura por se dizer “desfavorável” a alianças “principalmente no primeiro turno”. “Se eu apoiasse algum outro candidato, eu não teria ido para a corrida. Não apoiarei nenhum candidato. Não tenho conversado com ninguém nesse sentido, nem com com o meu próprio partido”, afirma.
PERCURSO
CARAVANA
Usando o carro particular, a pré-candidata do PMN pretende percorrer todos os estados brasileiros com o projeto que intitulou como “caravana da coragem”. A primeira parte da viagem, iniciada em fevereiro, incluiu o interior de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Agora, na segunda etapa, ela percorre municípios do Norte e Nordeste brasileiros.
ADVERSÁRIOS
Valéria critica Lula por ainda manter a pré-candidatura mesmo preso e acredita que Bolsonaro deve perder força com a saída do ex-presidente da disputa. Sobre Ciro, ela diz que não sabe se é de esquerda ou de direita e classificou o adversário como “destrambelhado”.
Rômulo Costa