"Você sabe se eu sou gay?", pergunta Bolsonaro
Durante entrevista em Fortaleza, ontem, o candidato do PSL à Presidência da República Jair Bolsonaro minimizou a participação direta de mulheres na composição do ministério de um eventual governo.
Questionado sobre a alta rejeição feminina a sua figura aferida por pesquisas de intenção de voto, o deputado federal respondeu que pretende montar uma equipe com apenas 15 ministros.
“Se forem todos gays, machos, fêmeas, brancos, negros, não me interessa. Eu quero é que eles deem conta do recado. Eu não tô preocupado com isso”, disse. “Você sabe se eu sou gay?”, perguntou então à reportagem do O POVO. “Isso não me interessa. É uma forma que a esquerda usa pra nos dividir.”
Bolsonaro é alvo de dois processos no Supremo Tribunal Federal (STF), um dos quais por apologia ao crime de estupro e injúria contra a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) — o parlamentar disse em 2014 que a congressista não merecia ser estuprada “porque era muito feia”.
O militar também foi denunciado em abril passado pela procuradora-geral da República Raquel Dodge por crime de racismo contra negros, quilombolas, mulheres e população LGBT. Distribuída na Primeira Turma do STF, a ação ficou sob relatoria do ministro Marco Aurélio Mello.
Em visita à capital cearense, Bolsonaro, líder nas pesquisas de intenção de voto sem a presença de Lula, afirmou ainda que pretende encerrar a participação de médicos de Cuba no País. “Sou contra os cubanos aqui”, disse.
Interpelado sobre o que faria diante da crise de segurança pública, o ex-capitão do Exército acrescentou que “policial tem arma para atirar e não pra ficar de enfeite na cintura”.
Henrique Araújo