Militares reconhecem 'incômodo' com caso Coaf
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Militares reconhecem 'incômodo' com caso Coaf

2018-12-15 01:30:00

Além do vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão, militares da equipe de transição e das Forças Armadas também têm expressado nos bastidores incômodo com a demora de Fabrício Queiroz, ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), em dar explicação sobre a sua movimentação financeira, considerada atípica pelo Conselho de Controle de Atividade Financeira (Coaf).

 

Oficiais-generais ouvidos pela reportagem avaliam que Queiroz já deveria ter aparecido e explicado o R$ 1,2 milhão movimentado em sua conta no período de 12 meses. Mesmo afirmando que o caso não está diretamente ligado ao presidente eleito, esses militares acreditam que a demora numa resposta pode acabar "respingando" no futuro governo.

 

O Coaf classificou a movimentação de R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017 como incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou a ocupação profissional de Queiroz, que é policial militar.

 

O ex-assessor parlamentar depositou no período R$ 24 mil na conta da futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro - o presidente eleito afirmou que esses recursos são parte do pagamento de uma dívida antiga de Queiroz com ele.

"Óbvio que toda vez que você tem de dar explicação, isso incomoda, é desagradável. Mas volto a dizer. Tenho plena confiança no presidente e no Flávio. Confio nos dois", afirmou Mourão na última quinta-feira. "Agora é esse Queiroz. A coisa toda está centrada nele."

 

Na quarta-feira, 12, o presidente eleito disse pelas redes sociais que, se tiver "algo errado" no caso que envolve movimentações financeiras do ex-assessor de seu filho, "que paguemos a conta". Bolsonaro, no entanto, disse que nem ele nem Flávio são investigados no caso.

 

Para oficiais ouvidos pela reportagem, essa situação se estenderá, no mínimo, até o início da próxima semana, quando Queiroz deve prestar depoimento ao Ministério Público no Rio de Janeiro.

 

Em suas redes sociais e em explicações para aliados, Flávio tem se defendido dizendo que não fez nada de errado e que quer que tudo seja esclarecido para que não paire nenhuma dúvida sobre sua idoneidade. 

 

(Agência Estado)

 

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