O presidente Jair Bolsonaro afirmou que a medida é um desejo da população. "Como o povo soberanamente decidiu por ocasião do referendo de 2005, para lhes garantir esse legítimo direito à defesa, eu como presidente vou usar essa arma", disse enquanto se dirigia para assinar o decreto presidencial que ampliou as regras para posse de armas.

 

Contudo, pesquisa divulgada pelo Datafolha ontem confronta a afirmação do presidente. Segundo os resultados, a frase "É preciso facilitar o acesso de pessoas às armas" foi a que obteve maior discordância: 68% dos entrevistados não concordam em parte ou totalmente com a afirmação. A pesquisa buscava analisar o interesse da população quanto às pautas prioritárias do novo Governo Federal.

 

Nas ruas, mesmo após a assinatura do decreto do presidente flexibilizando os critérios para a autorização à posse de armas, a população ainda diverge sobre o tema. Enquanto alguns concordam com a medida, outros acreditam que isso pode ocasionar o aumento da violência.

 

A professora Maria Angélica Souza, 60, lembra que, para conseguir o porte de armas, "vai ter processo, não é todo mundo que vai ter uma arma em casa". 

 

Contudo, ela ainda se posiciona desfavorável à medida. "Eu acho que era para acabar com a arma. Era para investir mais na segurança, mais na educação", defende. A auxiliar de limpeza Conceição Veras, 47, concorda. "Fica perigoso para os dois lados, eu não sou a favor".

 

Antônio Nascimento, que é dono de um estabelecimento comercial, é favorável à posse de armas em residência, "mas você ter para se defender em comércio é mais perigoso". "Na sua casa, se invadirem, você vai estar preparado, mas no comércio é diferente", opina. (Luana Barros)