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Valdomiro Távora é novo presidente do Tribunal de Contas do Ceará em eleição apertada
Politica

Valdomiro Távora é novo presidente do Tribunal de Contas do Ceará em eleição apertada

Ele venceu o conselheiro Rholden Botelho em placar disputado. Sensação foi de tribunal "rachado", disse fonte ao O POVO
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Em votação fechada e apertada durante a tarde desta terça-feira, 10, o conselheiro de contas Valdomiro Távora foi eleito novo presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Ceará. Por 4 a 3, Távora assume a função pela quarta vez desde que entrou no órgão, em 2004, quando indicado pela Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE).

Se contabilizada a presidência interina, em 2011, quando o então presidente do TCE-CE, Teodorico Menezes, foi afastado em virtude do "escândalo dos banheiros", revelado pelo O POVO, Távora já presidiu o órgão cinco vezes. Ex-deputado estadual por três legislaturas, ele tomará posse no dia 2 de janeiro.

Segundo destacou, a meta é dar continuidade ao trabalho desempenhado por Pontes, ou seja, estar presente nos municípios e não somente punir, mas prevenir eventuais inoperâncias ou desvios do dinheiro público. Tribunais de contas julgam, na esfera de estados e municípios, as contas de gestões públicas. Também são relevantes na fiscalização de casos de desvios de verbas públicas.

"Não adianta mais você punir depois de o dano ter ocorrido, quer dizer, o mal já foi feito, então você vai punir o gestor, e quando você vai recuperar esse dinheiro? Então, a principal meta do tribunal é evitar dano ao erário", frisou. 

Depois de o TCE-CE ter incorporado o extinto Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), em 2017, será a primeira vez que o órgão atuará, em ano eleitoral, no âmbito dos municípios. Sobre 2020, Távora afirmou que o tribunal manterá mesma linha de atuação, satisfatória segundo ele.

Até 2007, o conselheiro mais antigo e que ainda não havia ocupado a presidência era designado para a função, sem eleição. É o caso de Rholden Botelho, na corte de contas há 12 anos, adversário de Távora neste pleito. Por isso mesmo, ele, que lançou candidatura em janeiro, viu com estranheza o resultado. Adiciona o fato de a postulação de Távora ter sido apresentada nesta segunda-feira, 9. 

"Existia essa tradição de rodízios. Eu sou conselheiro mais antigo que ainda não presidiu (o TCE). Eu me coloquei sempre como candidato. Desde janeiro conversei sobre a minha candidatura com todos", lamenta  Botelho. "Eu vi um tribunal rachado, dividido", endossou Soraia Vitor, também conselheira de contas.

Reservadamente, fonte disse ao O POVO que Botelho foi votado, além dele mesmo, por Soraia e Alexandre Figueiredo. Ou seja, o ainda presidente, Ediberto Pontes, não votou em seu vice. Também sob condição de sigilo, outro interlocutor opinou que "o certo é o Conselho eleger um presidente de maneira consensual, fazer com que a coisa saia natural." E completou: "porque um é (presidente) quatro vezes e o outro não pode ser?"

Távora, por sua vez, minimizou o placar apertado e disse que o que ocorreu foi resultado de um processo eleitoral e democrático.

"Valdomiro era o mais preparado"

Procurado para repercutir a eleição, Pontes disse abertamente ter apoiado Távora. "Os dois eram bons candidatos. Tanto um quanto outro. Mas, neste momento que ainda está em transição (a consolidação da unificação do TCE com o extinto TCM), o Valdomiro era mais preparado", opina. Ele afirma que a escolha não o indispôs com Botelho que, segundo ele, conversaram normalmente após o processo.

Pontes citou ainda o próprio exemplo para reforçar o argumento. "Em 2012, o conselheiro mais antigo era eu, e não fui eleito. Em 2014, eu também era o mais antigo..." Pontes ocupou a presidência do TCE anos mais tarde, nos biênios 2016-2017 e 2018-2019. Agora, ele será vice-presidente do TCE-CE, a ex-senadora Patrícia Saboya corregedora e Ernesto Saboia será ouvidor.

 

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