O Tribunal de Contas do Estado (TCE) finalizou ontem uma maratona de três dias nos quais dados abertos a partir dos portais do governo do Ceará, de prefeituras municipais e de outros órgãos públicos foram submetidos a especialistas para que eles apontem indícios de irregularidades e apresentem solução de software para que sejam combatidos. Oito grupos, do Ceará, do Rio Grande do Norte e de Pernambuco, participaram do Hackathon, dos quais três acabaram premiados.
Uma comissão julgadora premiou com R$ 15 mil, R$ 10 mil e R$ 5 mil, respectivamente, os trabalhos dos grupos "Baião de dados", sobre a centralização de dados dos portais de transparência municipais; "Digmon", que busca indícios de fraudes e irregularidades em licitações municipais"; e "Graúna", focado no sistema de fiscalização de contratos municipais". Portanto, todos voltados ao cotidiano de prefeituras.
O presidente do TCE, Valdomiro Távora, acompanhou todo o processo e se disse feliz "por ver jovens desenvolvendo ferramentas livres, a partir de informações de portais públicos e privados, que poderão ajudar no combate à corrupção". Durante três dias os grupos se debruçaram sobre temas como licitações, merenda escolar e transparência dos portais, dentre outros, e todos resultados das análises, inclusive de grupos não premiados, serão aproveitados pelo órgão, segundo a assessoria, para ações de combate à corrupção e estímulo ao controle social.
Um dos pontos que chamou atenção na atividade, para além dos resultados práticos dos trabalhos apresentados, foi a criatividade nas escolhas dos nomes com os quais cada um se registrou para participar da atividade. Além dos vencedores, tivemos "Autonomia Cidadã", "Cabueta", "Revelando Nemo", "Vam" e IFCE1".
Os participantes permaneceram reunidos desde sexta-feira ate ontem estarão reunidos, no Sebralab, no Meireles, desenvolvendo plataformas que, na perspectiva do TCE, processem um grande volume de dados, aplicando logarítimos e outros instrumentos que facilitam a possibilidade de identificação de indícios de irregularidades. Todo o processo foi acompanhado pelo diretor de Informação e Inovação do Tribunal, Sávio Braga.
O secretário de Controle Externo, Carlos Nascimento, considera importante que soluções avançadas sejam melhor aproveitadas no esforço de se acompanhar a aplicação correta dos recursos públicos. "A intenção é que a tecnologia aproxime as pessoas e auxilie na conscientização de que o gasto público deve ser aplicado em prol do coletivo. O TCE é o olho do cidadão".