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Maia e Toffoli pedem "paz" após vídeo de Bolsonaro com teor anti-Congresso
Politica

Maia e Toffoli pedem "paz" após vídeo de Bolsonaro com teor anti-Congresso

| Reação | Sem citar o presidente, chefes do Legislativo e do Judiciário criticam ambiente de "tensão institucional" e mencionam "clima de disputa permanente"
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Os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, reagiram ontem ao compartilhamento de vídeos pelo presidente Jair Bolsonaro no WhatsApp. Maia estava sendo cobrado por parlamentares a se posicionar sobre o assunto. Sem mencionar diretamente o presidente da República, o parlamentar defendeu a união pelo diálogo e reafirmou o respeito às instituições democráticas.

"Criar tensão institucional não ajuda o País a evoluir. Somos nós, autoridades, que temos de dar o exemplo de respeito às instituições e à ordem constitucional. O Brasil precisa de paz e responsabilidade para progredir. Só a democracia é capaz de absorver sem violência as diferenças da sociedade e unir a Nação pelo diálogo. Acima de tudo e de todos está o respeito às instituições democráticas", publicou Maia nas redes sociais.

O presidente da Câmara está na Espanha, onde cumpre agendas oficiais. Lideranças do Congresso tentam conversar com ele e solicitam reuniões para debaterem medidas possíveis em relação à atitude de Bolsonaro. Ainda não há confirmação de encontros e Maia retorna ao Brasil apenas na segunda-feira, dia 2.

O ministro Dias Toffoli que o Brasil "não pode conviver com um clima de disputa permanente" e que é preciso "paz para construir o futuro". Em nota, o chefe do Judiciário também diz não existir "democracia sem um Parlamento atuante, um Judiciário independente e um Executivo já legitimado pelo voto".

Bolsonaro enviou pelo menos dois vídeos com imagens e sobreposição de fotos suas, convocando a população a sair às ruas no dia 15. Os vídeos têm trechos idênticos, como a frase que classifica Bolsonaro como um presidente "cristão, patriota, capaz, justo e incorruptível". O ato do dia 15 de março está sendo convocado por movimentos de direita em defesa do governo e contra o Congresso Nacional.

O presidente afirmou ontem que usa o aplicativo WhatsApp somente para trocar mensagens de "cunho pessoal" com "algumas dezenas de amigos". "Tenho 35Mi de seguidores em minhas mídias sociais, c/ notícias não divulgadas por parte da imprensa tradicional. No Whatsapp, algumas dezenas de amigos onde trocamos mensagens de cunho pessoal. Qualquer ilação fora desse contexto são tentativas rasteiras de tumultuar a República", afirmou. (Agência Estado)

 

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