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Lista de beneficiados tem coronéis da PM e (muitos) secretários
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Lista de beneficiados tem coronéis da PM e (muitos) secretários

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Quem recebeu auxilio emergencial indevidamente (Foto: luciana pimenta)
Foto: luciana pimenta Quem recebeu auxilio emergencial indevidamente

Saltam aos olhos alguns dos perfis descobertos na filtragem da CGU e do TCE, dentre os servidores públicos do Ceará, estaduais e municipais, contemplados com o auxílio emergencial. Pelos critérios fixados para a ajuda financeira, cada um dos 24.232 identificados já não teria direito por estar em emprego formal ativo. Mas há os que estão em cargos de destaque.

Foram identificados, por exemplo, 809 secretários municipais ou ocupantes de chefias de gabinete que embolsaram pelo menos uma das parcelas de R$ 600 do benefício. "Todos os que entraram nessa nossa lista já receberam e terão que devolver", exalta Giovanni Pacelli, superintendente da CGU no Ceará.

Outros 667 apontados são chefes de setor, ganham a mais no salário por função comissionada, 11 são advogados, quatro são diretores de finanças. Dois atuam como procuradores em suas cidades, sabem os ditos da lei. Dois são coronéis da PM, a última patente da corporação.

A maioria dos casos detectados tem funções de ganhos menores nas folhas locais. Como assistentes administrativos, auxiliares de limpeza, auxiliares de serviços gerais, zeladores. Uma das avaliações é que servidores com salários mais curtos possam constar no Cad Único ou no Bolsa Família e tenham sido incluídos automaticamente no benefício. No caso, podem ou não perder o direito ao auxílio, se a renda mensal familiar passar dos três salários mínimos (R$ 3.135) ou, por pessoa mensal ficar acima de meio salário (R$ 522,50).

"O que a gente destaca na Nota Técnica enviada aos gestores é que o que está sendo apontado é uma possível irregularidade. A pessoa pode de fato se enquadrar na má fé, ter se cadastrado sem fazer jus, ou o caso pode ser fraude, estelionato, alguém utilizou o CPF desse servidor na tentativa de obter o benefício indevido", pondera Carlos Nascimento, secretário de Controle Externo do TCE. (Cláudio Ribeiro)

 

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