Um dia depois da indicação da deputada federal Luizianne Lins (PT) como pré-candidata, a avaliação dentro do PDT é de que a escolha isolou o governador Camillo Santana (PT).

"Era esperada a oficialização do nome dela", disse um pedetista da Câmara, "mesmo com a movimentação do governador Camilo (maior liderança do partido no estado) sinalizando que não era a opção para coesionar a base de apoio dele em Fortaleza".

Segundo esse parlamentar, o discurso da ex-prefeita "vai na contramão do que o Camilo construiu no seu governo", sob o qual se abrigam diferentes legendas, do PDT ao PSB, passando por PT e outras forças que compuseram a ampla base de sustentação do chefe do Executivo e também do prefeito Roberto Cláudio (PDT).

"Luizianne aponta para a formação de uma frente de esquerda e, para ganhar as eleições, é preciso uma composição que agregue não só a esquerda, mas todos os democratas da cidade", pondera.

Com forte interlocução no Paço, esse parlamentar avalia que, pela formação "amplamente plural" da cidade, "não dá para ganhar eleição dialogando somente com um segmento ou parcela ideológica".

Ele continua: "Para enfrentar os segmentos bolsonaristas agrupados na candidatura do Capitão Wagner, precisamos organizar a mais ampla aliança de progressistas e democratas da cidade".

Um dos auxiliares que deixaram o cargo no prazo-limite da exoneração (4 de junho), o ex-secretário do Turismo de Fortaleza, Alexandre Pereira (Cidadania), afirma que, neste momento, "o prefeito não está querendo falar de política". Pereira diz que esse período foi praticamente todo dedicado à transição na pasta, ocupada por uma aliada.

"Na realidade, nós saímos pelo prazo, que era necessário, o foco neste momento é combate à pandemia, diminuir a curva na cidade", informa.

O POVO fez contato com o ex-secretário Samuel Dias, mas não obteve retorno. (Henrique Araújo)