Um mês após a exoneração dos secretários estaduais Élcio Batista (PSB) e Nelson Martins (PT) e dos municipais Samuel Dias (PDT), Ferruccio Feitosa (PDT) e Alexandre Pereira (Cidadania), a chapa governista ainda não tem o nome que a encabeçará nas eleições de Fortaleza.
Nesse mesmo período, todavia, a oposição definiu seus principais rostos na corrida pela sucessão do prefeito Roberto Cláudio (PDT). Ao deputado federal Capitão Wagner (Pros), já indicado como pré-candidato, somou-se no último domingo, 5, a também deputada Luizianne Lins, do PT.
Um dia antes de a sigla de esquerda sacramentar a ex-prefeita como representante no pleito, adiado para 15 de novembro e 29 do mesmo mês, o parlamentar do Pros recebeu apoio formal do PSC da vereadora Priscila Costa, presidente da legenda na Capital.
À reportagem, Wagner disse que, assim como "Ronaldo Martins (suplente de deputado), Dra. Silvana (deputada estadual) e pastor Jaziel (deputado federal)", Priscila "tem excelente interlocução" com o eleitorado evangélico e que contar com o "apoio deles tem sido muito bom".
Sobre a possibilidade de que a vereadora ocupe a vice na chapa, o deputado declarou que a aliada "tem um excelente perfil para vice", pois "agrega a representação feminina, já foi testada nas urnas, é muito eloquente e preparada para debater a cidade".
Além de Wagner e Luizianne, outros nomes do campo oposicionista se movimentam, a exemplo de Carlos Matos, do PSDB. O tucano, que participou de uma transmissão nas redes ontem ao lado do ex-colega de Assembleia Legislativa (AL-CE) Heitor Férrer (SD), avalia que, "com a entrada de Luizianne (na disputa), desaparece a possibilidade de a eleição ser decidida ainda no primeiro turno".
Ex-deputado estadual, Matos assegura que o partido "está focado no primeiro turno" e que, num momento em que o quadro de postulantes está se consolidando, é natural "essa capacidade de diálogo com diferentes frentes". Para ele, no entanto, "não faz sentido aliança" na etapa inicial da sucessão.
Cortejado por Wagner, Matos admitiu que PSDB e Pros têm conversado, mas que há uma pressão dos candidatos a vereador e, portanto, a decisão da sigla "é de candidatura própria".
À frente do Psol no Estado, o ex-concorrente ao Governo Ailton Lopes informa que a agremiação escolhe "candidato ou candidata até 19 de julho, prazo máximo para realização de prévias deliberado pelo partido". Concorrem à vaga Helena Vieira, ativista LGBTQ e escritora, e o deputado estadual Renato Roseno.
Segundo Lopes, hoje a sigla se reúne "para estabelecer os critérios e procedimentos para realização de prévias dos dois nomes observando as condições sanitárias".
O dirigente projeta que a corrida eleitoral na capital cearense se mostrará fragmentada e que o "debate nacional vai se desdobrar no local", com temas como a pandemia, mas também "a questão do novo marco do saneamento", considerado como um "processo de privatização".
"A eleição em Fortaleza terá um caráter nacional", continua o psolista, "inclusive porque o 'anti-presidente' está construindo várias candidaturas no Brasil inteiro para manutenção do seu projeto de morte", referindo-se indiretamente a Capitão Wagner e ao deputado federal Heitor Freire (PSL), alinhados com o bolsonarismo.