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Eduardo Paes vence no segundo turno e herda lista de problemas da gestão Crivella
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Eduardo Paes vence no segundo turno e herda lista de problemas da gestão Crivella

Gestor de 2009 a 2017, Eduardo Paes volta à prefeitura carioca para terceiro mandato. Ao derrotar o atual prefeito Marcelo Crivella, o eleito terá pandemia, cofres vazios e outros nós para desfazer
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mapa eleições 2020 (Foto: luciana pimenta)
Foto: luciana pimenta mapa eleições 2020

Eduardo Paes (DEM), de 51 anos, é, de novo, o novo prefeito da cidade do Rio de Janeiro. Reeleito pela terceira vez para o cargo - onde já esteve de 2009 a 2017 - ele obteve no 2º turno uma vantagem de mais de 715 mil votos sobre o atual prefeito Marcelo Crivella (Republicanos).

Finalizada a apuração, Paes venceu por 64,07% a 35,93%. Nas eleições de 2018, o então prefeito Paes se afastou do mandato para concorrer ao governo fluminense. Na ocasião, perdeu para Wilson Witzel - afastado do governo em julho de 2020 por impeachment.

"O resultado desta eleição de 2020 é principalmente uma avaliação da gestão Crivella, tida como muito ruim", define o cientista político Paulo Baía, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O prefeito chegou a ter reprovação de 72% da população, segundo pesquisa feita pelo Ibope na última semana da campanha. "A eleição foi uma reprovação majoritária", complementou.

O Rio é o segundo maior colégio eleitoral do País e berço político de Jair Bolsonaro (e dos filhos). O presidente sempre declarou seu voto na cidade ao pastor-prefeito Crivella. Porém, chamou atenção que legendas bolsonaristas estavam com apoio formalizado tanto para um lado como para o outro da disputa.

Paes foi o candidato da coligação "A Certeza de um Rio melhor" (Cidadania/ DC/ PV/ Avante/ PL/ DEM/ PSDB). Crivella foi o nome da coligação "Com Deus, Pela Família e Pelo Rio" (Podemos/ PTC/ PMN/ PRTB/ Republicanos/ PP/ Patriota/ Solidariedade). Mesmo bombardeado por críticas, o avanço de Crivella para o 2º turno veio principalmente do voto de seguidores evangélicos.

"No caso de Bolsonaro, ele continua cacifado. Não perdeu nem ganhou, já que seus apoiadores se dividiram entre o Crivella e o Paes. Essa base política do presidente não foi afetada", amplia o cientista político.

Nesta reta final, Paes recebeu "apoio crítico" de PT e Psol e da classe artística. Alguns chamaram de "apoio constrangido".

"A eleição do Paes representa certa esperança para a cidade. A população estava muito desencantada com os serviços, com a sujeira nas ruas", especifica Paulo Baía. O cofre esvaziado e a pandemia são os principais desafios do "novo" gestor, mas a lista de nós para desatar passa por diversas áreas.

Paes tem ensino superior completo. É advogado, porém, na ficha de candidato, junto à Justiça Eleitoral, marcou "outros" para sua atual ocupação. Ele declarou R$ 478 mil em bens.

Em 2012, o Ministério Público do Rio de Janeiro o denunciou por corrupção e lavagem de dinheiro, por suposto recebimento de caixa dois da empreiteira Odebrecht.

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