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Prefeitura de Coreaú entra na mira do MPCE por atraso de salários
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Prefeitura de Coreaú entra na mira do MPCE por atraso de salários

No início do ano, em outra ação que gerou reação do MP, gestão colocou servidores do grupo de risco em trabalho presencial e exonerou gestantes
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O Ministério Público do Ceará (MPCE) acompanha de perto a administração da Prefeitura de Coreaú. O órgão fez uma recomendação ao secretário da Saúde do município, Noelio Albuquerque, e outra ao prefeito, Edezio Sitonio (PDT).

Ao titular da Saúde, o MP pediu para que retirasse do trabalho presencial servidores inseridos em algum grupo de risco da Covid-19. 

A Promotoria de Justiça de Coreaú, segundo o MP, recebeu reclamações desses servidores, que estariam sendo obrigados a voltar ao trabalho presencial, ainda que depois de terem apresentado documentos de comprovação de comorbidades.  

Assinada pelo promotor de Justiça Irapuan da Silva Dionízio Júnior, a recomendação para que Albuquerque recue da posição adotada chegou a ele no último dia 15, a fim de que ele dê retorno no prazo de cinco dias, se manifestando pela aceitação ou não do que solicitou o MP.

O salário de servidores é outro tema que liga o alerta do Ministério Público em relação ao município da região Norte do Ceará. A gestão de Edezio recebeu recomendação no último dia 12 para que realize pagamento, até 20 de janeiro, do salário dos servidores municipais referente a dezembro de 2020. Os vencimentos têm de ser quitados em parcela única, conforme expressa o MP. 

O prefeito ou o secretário das Finanças da cidade, Paulo Cézar de Araújo, têm também cinco dias para emitir alguma resposta sobre a aceitação ou não do pleito dos servidores, intermediado pelo Ministério Público.

O descumprimento do pedido pode resultar na promoção de ações penais e de improbidade administrativa, na qual eles não poderiam alegar, por exemplo, que desconheciam as consequências jurídicas dos atrasos dos pagamentos. A Câmara Municipal de Coreaú recebeu cópia da recomendação do Ministério Público.

O POVO enviou e-mail para a Ouvidoria da Prefeitura de Coreaú 17h22min, com questionamentos sobre as duas recomendações do MP, e aguarda resposta, a serem publicadas assim que enviadas.

Não é a primeira implicação pela qual o gestor Edezio atravesse nesse início de gestão. Ele publicou decreto de exoneração de funcionários comissionados e integrantes da estrutura administrativa da Prefeitura logo no dia 1º de janeiro, numa definição que afetou mulheres gestantes.

Uma delas disse ao O POVO que foi trabalhar normalmente até o dia 4, quando foi informada que seria desligada dos serviços pela condição de comissionada. Àquela ocasião, O POVO também não conseguiu falar com a Prefeitura. O mesmo promotor de Justiça, Irapuan, disse que solicitaria via recomendação a reintegração dessas mulheres aos serviços.

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Cassação

Logo após a eleição, o Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu que Edezio e a vice-prefeita eleita, Erika Frota, também do PDT, fossem cassados. Também foi alvo do pedido o então candidato a vereador Chico Antônio (PDT). Sob os três pesa a acusação de que teriam comprado votos.

Na ação, Irapuan da Silva afirma que multa que pode variar de R$ 1.064,10 a R$ 53.205. Na denúncia, consta que policias militares abordaram um motorista e passageiros numa caminhonete. Com eles foi encontrado R$ 4.650,00 e vários santinhos e outros materiais dos postulantes.

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