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Pressionado por governadores, Pazuello divulga cronograma para entrega de vacinas
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Pressionado por governadores, Pazuello divulga cronograma para entrega de vacinas

| Covid-19 | Em reunião com os chefes dos executivos estaduais, ministro da Saúde divulgou calendário com a perspectiva de 210 milhões de doses ainda no primeiro semestre de 2021
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CAMILO se reuniu com o ministro e os demais governadores antes de anunciar decreto com novas medidas  (Foto: Reprodução)
Foto: Reprodução CAMILO se reuniu com o ministro e os demais governadores antes de anunciar decreto com novas medidas

Governadores de todo o País e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, se reuniram na tarde desta quarta-feira, 17, para definir o cronograma de envio das vacinas para os Estados. Pressionado pela escassez de doses de vacina da Covid-19, o general divulgou um calendário com a perspectiva de 210 milhões de doses ainda no primeiro semestre de 2021, sendo 8 milhões da Sinovac/Butantan e 2 milhões da AstraZeneca/Fiocruz.

O plano é encerrar o mês de julho com 230 milhões de imunizantes entregues. Nas redes sociais, o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), presente no encontro por videoconferência, destacou a importância da medida para o Estado.

“Isso é fundamental para frear o crescimento de casos. A vacinação ainda tem ocorrido de forma lenta, pela falta de novas vacinas. Até que a vacina chegue a todos, a prevenção e a única forma de frearmos esse rápido aumento de casos”, publicou o chefe do Executivo estadual.

A reunião aconteceu antes do governador anunciar as novas medidas restritivas para conter o avanço do vírus no Ceará. Dentre elas está o toque de recolher a partir de 22 horas até as 5 horas, o fechamento dos espaços públicos às 17 horas e a suspensão das aulas presenciais em escolas e universidades públicas e privadas. As medidas valem até o fim do mês.

Em março, o Ministério da Saúde também aguarda a chegada de 18 milhões de doses da vacina do Butantan e mais 16,9 milhões da vacina da AstraZeneca. A partir do segundo semestre, com a incorporação da tecnologia da produção da matéria-prima (IFA), a Fiocruz deverá entregar mais 110 milhões de doses, com produção 100% nacional.

Pazuello tem sido cobrado pela lentidão da vacinação no País. Ele reiterou durante o encontro com governadores que toda a população será imunizada em 2021.

Na programação apresentada, o ministro incluiu as negociações com os laboratórios União Química/Gamaleya e Precisa/Bharat Biotech, que podem garantir ao Brasil a chegada da vacina russa Sputnik V e da indiana Covaxin, respectivamente.

A previsão, de acordo com a pasta, é que o contrato com os dois laboratórios seja assinado ainda nesta semana. Os dois imunizantes ainda não possuem pedido de uso emergencial aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

"Temos uma previsão fantástica de recebimento de vacinas", disse Pazuello durante a reunião, segundo uma autoridade presente na reunião ouvida pela reportagem.

A promessa já tinha sido feita na última semana, em reunião no Senado Federal. O ministro reconheceu que há forte onda de internações pela Covid-19. "Essa realidade vai fazer com que a gente precise se reorganizar, precise de recursos extraorçamentários", completou.

O cronograma apresentado por Pazuello apontava que o Brasil receberia cerca de 454,9 milhões de doses de vacinas em 2021. Além disso, há negociações com a Pfizer e Janssen sob "óbice jurídico", segundo os dados apresentados.

Os números intrigaram governadores, segundo pessoas presentes na reunião. Primeiro, porque uma versão diferente do cronograma foi enviada pela manhã pelo Ministério. Além disso, por considerar negociações ainda em andamento ou de vacinas que nem sequer apresentaram dados de eficácia, como a indiana Covaxin.

Os chefes de Estado voltaram a cobrar mais agilidade do ministro para compra de vacinas. "Não basta um calendário, é preciso, urgente, ampliar a quantidade de doses de vacina", disse a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra. O ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, participou também da reunião. (com Agência Estado)

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