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Deputados se dividem sobre decreto; AL amplia rigor de isolamento
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Deputados se dividem sobre decreto; AL amplia rigor de isolamento

| COVID-19 | No dia seguinte ao governador Camilo Santana editar decreto mais rigoroso de isolamento social no Estado, AL aprovou uma série de matérias relacionadas com a crise sanitária
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PRESIDENTE da AL-CE, Evandro Leitão reforçou normas restritivas do decreto do Governo (Foto: Marcos Moura/Divulgação AL-CE)
Foto: Marcos Moura/Divulgação AL-CE PRESIDENTE da AL-CE, Evandro Leitão reforçou normas restritivas do decreto do Governo

Decreto mais rigoroso do governador Camilo Santana (PT) com medidas de isolamento social no Estado dividiu opiniões entre deputados do Ceará.

Na manhã dessa quinta-feira, 18, ontem, a Assembleia Legislativa (AL-CE) seguiu as orientações do Governo e anunciou uma série de medidas próprias para o funcionamento da Casa na crise sanitária, que terá foco em projetos de combate à Covid-19.

“Estamos em um quadro muito próximo ao que tivemos no pico da pandemia, que ocorreu em abril passado. Por isso é de grande importância respeitarmos essas recomendações do Governo do Estado”, disse o presidente da AL-CE, Evandro Leitão (PDT), destacando que casos graves da doença com uso de UTI quase triplicaram no Estado só no último mês.

Com isso, a Assembleia anunciou que seguirá em modelo híbrido de funcionamento – com participação presencial e virtual de deputados.

Foi tomada uma série de medidas para reduzir a circulação nos corredores da Casa. A imprensa, por exemplo, ficará restrita às galerias do Legislativo, localizadas no andar superior do plenário.

Já aplicando o modelo híbrido, a Casa aprovou ontem uma série de matérias de olho no combate aos efeitos da crise sanitária. Por exemplo, o pacote de mensagens do governador Camilo Santana de olho no setor de eventos do Estado, incluindo auxílio de R$ 1 mil para profissionais do segmento, como músicos e técnicos de som.

Líder do governo na Casa, Júlio César Filho (PDT) destacou que o governo irá pedir prioridade em matérias relacionadas à crise sanitária no Estado. Ele destaca, por exemplo, pedidos de decretação de Estado de Calamidade Pública em Fortaleza e outros dez municípios do Ceará.

Outras matérias de destaque tratavam de reajustes salariais para uma série de categorias da segurança no Estado. Delegados de Polícia Civil, por exemplo, receberão reajuste de 24% em várias classes, com impacto final de R$ 22,6 milhões. O salário de escrivães e peritos também recebeu reajustes, com a remuneração base partindo de R$ 3,7 mil para R$ 5,1 mil.

Na tarde ontem, deputados também divergiram sobre o decreto com medidas mais rigorosas determinado por Camilo. Para Delegado Cavalcante (PSL), a medida pune excessivamente o setor produtivo do Estado.

No lugar, o deputado defende criação de protocolos de tratamento precoce da doença, como é defendido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). No entanto, a ação não tem eficácia científicamente comprovada contra a Covid-19. Mesmo não integrando a base do governo, Heitor Férrer (SD) defendeu a posição do governador.

“O governador toma medidas duras e difíceis. Até antipáticas, porque envolvem setores da economia e gera problemas. Mas, infelizmente, essas medidas têm de ser adotadas, porque é evidente o aumento da Covid, com exaustão dos serviços de saúde públicos e privados. Então ele não pode deixar de cobrir”, avalia Férrer, que é médico.

Nas redes sociais, Soldado Noélio (Pros) também criticou as medidas, fazendo referência à eleição do ano passado. "Queremos toque de recolher para quem sumiu com os R$ 17 milhões dos respiradores, para quem desviou recursos do Hospital de Campanha, para as facções que comemoraram a vitória do Sarto, aliado do Camilo e dos Ferreira Gomes”.

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