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Como os partidos se adaptam ao isolamento imposto pela pandemia
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Como os partidos se adaptam ao isolamento imposto pela pandemia

Partidos políticos entraram em contextos cada vez mais virtuais, tanto para filiações como para formação de militância
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Guilherme Sampaio, vereador reeleito do PT (Fotos: Fabio Lima/O POVO) (Foto: FÁBIO LIMA/O POVO)
Foto: FÁBIO LIMA/O POVO Guilherme Sampaio, vereador reeleito do PT (Fotos: Fabio Lima/O POVO)

A nova realidade da Covid-19, alterada sobretudo em meio a decretos de isolamento social e medidas como lockdowns, não impôs mudanças somente na economia e no cotidiano dos brasileiros. Um ano após os primeiros casos da doença no Ceará, partidos políticos também vivem hoje novo contexto de olho em manter articulações para eleições de 2022 no Estado.

"Tudo se dá por meio virtual", resume o presidente do PT Fortaleza, vereador Guilherme Sampaio. "O meio virtual permite convidar pessoas do âmbito nacional, líderes do partido, parlamentares, pessoas da academia, para contribuírem", diz. Ele afirma que, com a nova realidade, a sigla tem investido na formação de "militantes educadores", sobretudo no meio digital, com eventos online como na atual "Jornada Paulo Freire de Formação Política".

"É algo que sempre esteve com o partido desde a fundação, que arrefeceu um pouco durante nossos governos, e que agora se faz urgente", diz, destacando que a ação segue mote de discurso recente do ex-presidente Lula (PT). "Há a necessidade de organizar a população no enfrentamento à pandemia, na luta pela vacina, pelos suprimentos".

Maior partido do Ceará, com quase 30% de todos os assentos da Assembleia Legislativa, o PDT também tem mantido atividade de militância com as redes sociais. O foco da sigla tem sido sobretudo em transmissões ao vivo com suas principais lideranças, como o ex-ministro Ciro Gomes (PDT). Neste mês, por exemplo, o ex-senador e presidente de honra do partido no Ceará, Flávio Torres, participou de um debate virtual sobre a história da sigla.

Como a filiação de militantes e pretensos candidatos se dá há vários anos totalmente pela Internet, esta seara da atuação política dos partidos sofreu poucas alterações com a pandemia. Negociações diretas entre partidos e políticos com mandato, no entanto, acabaram tendo que se adaptar à nova realidade no Estado.

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Líder do maior partido de oposição do Estado, o Pros, o deputado Capitão Wagner diz que a sigla vinha conseguindo manter agenda de reuniões e na busca por novos quadros no Interior, mas admite que ela "praticamente paralisou" atividades com a chegada da segunda onda da Covid no Estado. "Por conta da pandemia, acho que não é nem legal ficar focando em política e crescimento partidário", diz.

"Assim que o lockdown se encerrar vamos nos sentar presencialmente, conversar e planejar algumas ações", continua. Apesar disso, Wagner destaca que o partido acompanha de perto o movimento de políticos do Interior que desejam migrar para o partido. "Acredito que vamos ter uma ampliação dos quadros, mas não é a prioridade nesse momento", diz.

Sedes municipais e estaduais dos partidos, no entanto, estão quase todas fechadas ou com o funcionamento reduzido. O presidente do PSDB Ceará, Luiz Pontes, destaca que o partido tem seguido esta determinação, mantendo a atividade "ao que é essencial". "Temos orientado nossos dirigentes e filiados a seguir à risca as instruções das autoridades de saúde".

"O momento atual é de menos política partidária e mais engajamento com a ciência e os cuidados sanitários", diz Pontes, que ainda se recupera após passar 60 dias internado em razão da Covid-19, no início do ano. "Ainda assim, tenho alinhado muitas decisões em conversas virtuais, conversando com o senador Tasso Jereissati, o Roberto Pessoa (prefeito de Maracanaú), o Carlos Matos (ex-deputado estadual)", afirma.

Mesmo distante do PSDB no espectro ideológico, o Psol no Ceará segue linha semelhante na questão da pandemia. "A palavra de ordem da hora é respeito, muito respeito pela vida das pessoas, pelas que se foram, pela dor de suas famílias, e por todas e todos nós que estamos lutando para sobreviver", afirma o presidente do partido no Estado, Ailton Lopes.

Segundo ele, plenárias e encontros do partido seguem acontecendo, "exclusivamente online", e a filiação deve ter balanço a partir do início de abril. "Chega a ser indizível tanta gente perdendo pessoas muito queridas para algo que poderia ser evitado, se tivéssemos vacinas suficientes ao invés de um governo negacionista que, além de atrapalhar medidas sérias como o distanciamento social, ainda não faz nada para proteger o emprego e a renda das pessoas em um momento único como esse", diz.

 

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