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Salários da "cota política" da gestão Sarto vão até R$ 20 mil
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Salários da "cota política" da gestão Sarto vão até R$ 20 mil

Parte dos derrotados da eleição e indicados de políticos "abrigados" possuem altos salários. Relação foi publicada pelo O POVO no sábado
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Paço Municipal de Fortaleza. A Capital foi destaque em "Funcionamento da Máquina Pública" no Ranking de Competitividade dos Municípios. (Foto: Fabio Lima)
Foto: Fabio Lima Paço Municipal de Fortaleza. A Capital foi destaque em "Funcionamento da Máquina Pública" no Ranking de Competitividade dos Municípios.

Integrantes da chamada "cota política" da gestão José Sarto (PDT), que inclui cargos comissionados com perfil de indicação predominantemente político, possuem salários em diversas faixas, chegando até o valor máximo de cerca de R$ 20 mil mensais.

No último sábado, O POVO publicou reportagem detalhando cerca de 50 das principais indicações políticas da máquina administrativa da Prefeitura, que inclui três vereadores eleitos, 17 candidatos derrotados na eleição de 2020 e uma série de personalidades políticas e religiosas, dirigentes partidários ou até mesmo parentes de parlamentares do Estado.

Entre os maiores salários, estão os 19 indicados políticos que ocupam a titularidade de secretarias ou órgãos equivalentes na gestão municipal. Neste patamar, cada um possui remuneração bruta - antes dos descontos oficiais - padrão de R$ 18.190.

Como a maioria destes titulares recebe ainda uma ajuda de custo de pouco mais de R$ 2 mil, vários deles ficaram com remuneração bruta mensal de cerca de R$ 20,3 mil em janeiro e fevereiro deste ano.

Estão nessa "elite" da máquina municipal, por exemplo, o ex-vereador Ésio Feitosa (PSB), que não conseguiu reeleição e foi indicado por Sarto para a Coordenadoria de Articulação Política da gestão, com status de Secretaria. Com os descontos do Imposto de Renda e afins, ele terminou em fevereiro com remuneração de cerca de R$ 15,3 mil.

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Outros nessa faixa incluem a ex-vereadora Marta Gonçalves (PL) - esposa do prefeito de Eusébio, Acilon Gonçalves (PL), e mãe do prefeito de Aquiraz, Bruno Gonçalves (PL) - o advogado Mosiah Torgan (PDT) - filho do ex-vice prefeito Moroni Torgan - e Ozires Pontes - filho do presidente do PSDB Ceará, Luiz Pontes.

Os três vereadores indicados para a gestão, Michel Lins (Cidadania), Elpídio Nogueira (PDT) e Raimundo Filho (PDT), também estão nessa faixa. Em entrevista ao O POVO, Michel Lins minimiza a questão e destaca que ele próprio, assim como outros indicados, possuem perfil híbrido entre o técnico e o político.

"Isso é uma grande mentira que a oposição quer implantar, de que políticos não podem ser indicados porque não são técnicos. Por quê? Eu mesmo sou político e sou técnico, já coordenei projeto que foi considerado referência para o Brasil. Tenho formação e estou cursando pós-graduação nessa área de administração pública".

Após essa faixa, outros indicados políticos possuem salários inferiores diversos, dependendo do tipo de cargo que ocupam. Secretário-executivo da Cultura, por exemplo, o ex-vereador Evaldo Lima (PCdoB) tem salário bruto de cerca de R$ 13,6 mil. Outro indicado nesta mesma função e faixa salarial é o ex-deputado estadual e ex-prefeito de Limoeiro do Norte, Paulo Duarte, hoje secretário-executivo de Segurança Cidadã.

Indicados políticos que ocupam cargos de gerência em autarquias ou empresas municipais possuem faixa salarial igual. Por exemplo, a atual presidente do Imparh, Débora Marques, aparece na folha da Prefeitura com salário de R$ 13,6 mil. Ela foi candidata a vereadora pelo PMB em 2020, alcançando 8 votos.

O POVO tentou ouvir a Prefeitura de Fortaleza sobre o caso, mas não obteve resposta. (Carlos Mazza)

 

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