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Estados Unidos revoga visto de Moraes, familiares e "aliados no STF" por "caça às bruxas"
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Estados Unidos revoga visto de Moraes, familiares e "aliados no STF" por "caça às bruxas"

A medida impede o ministro do STF de entrar no País
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ALEXANDRE de Moraes é principal alvo dos Estados Unidos e do clã Bolsonaro (Foto: Antonio Augusto/STF)
Foto: Antonio Augusto/STF ALEXANDRE de Moraes é principal alvo dos Estados Unidos e do clã Bolsonaro

O governo Donald Trump revogou nessa sexta-feira, 18, o visto do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes,  horas depois que ele restringiu as atividades do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que é réu por tentativa de golpe de Estado. A medida impede o magistrado de entrar nos Estados Unidos.

"O presidente Trump deixou claro que seu governo responsabilizará estrangeiros responsáveis pela censura de expressão protegida nos Estados Unidos. A caça às bruxas política do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura tão abrangente que não apenas viola os direitos básicos dos brasileiros, mas também se estende para além das fronteiras do Brasil para visar americanos", disse o Secretário de Estado Marco Rubio em comunicado.

"Portanto, ordenei a revogação dos vistos de Moraes e seus aliados no tribunal, bem como de seus familiares próximos, com efeito imediato", ele afirmou.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), filho de Jair Bolsonaro, comemorou a decisão em postagem na rede social X. "Eu não posso ver meu pai e agora tem autoridade brasileira que não poderá ver seus familiares nos EUA também — ou quem sabe até perderão seus vistos". Ele completou: "Eis o CUSTO MORAES para quem sustenta o regime".

Em manifestação de 14 páginas, protocolada no Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República Paulo Gonet Branco alega que ameaças de Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ficaram mais "deletérias" após a declaração do secretário de Estado dos EUA Marco Rubio, confirmando "grande possibilidade" de sanções ao Brasil. A advertência de Rubio, feita em maio, foi usada por Gonet para pedir ampliação de medidas restritivas contra Bolsonaro.

O parecer do procurador chegou às mãos do ministro Alexandre de Moraes na quarta-feira, 16. Segundo o PGR, medidas impostas anteriormente a Bolsonaro— apreensão do passaporte e proibição de se ausentar do país— não são suficientes para impedir uma eventual fuga do ex-presidente em caso de condenação.

A ação do golpe está em sua fase derradeira. Para o procurador, com o encerramento da fase de instrução do processo, "o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro, anunciaram o emprego de ações para obstruir o curso do processo e evitar a aplicação da lei penal brasileira".

Gonet argumenta que os investigadores da Polícia Federal já vinham identificando 'diversas publicações, entrevistas e agendas promovidas por Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, visando à consecução dos fins ilícitos investigados'.

Com as declarações de Marco Rubio, o PGR considerou que as 'ameaças' de Eduardo Bolsonaro se tornaram mais graves. "As evidências conduziam à ilação de que a busca por sanções internacionais a membros do Poder Judiciário visava a interferir sobre o andamento regular dos procedimentos de ordem criminal, inclusive a presente ação penal, em curso contra o Jair Bolsonaro e aliados".

Filmagem

Investigadores da Polícia Federal que cumpriram busca e apreensão na residência de Bolsonaro usaram câmeras corporais para ter registro das imagens da ação e poder rebater acusações de irregularidades na operação. Em entrevista, o ex-presidente insinuou que um agente da PF teria plantado um pen drive apreendido no banheiro

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