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Para além dos muros da escola
Reportagem

Para além dos muros da escola

Papel de educador
Edição Impressa
Tipo Notícia

No passado, a professora Levi Mota Muniz foi chamada por uma estudante para socorrer outra aluna que tentara suicídio em um banheiro de uma Escola de Ensino Médio em Tempo Integral (EEMTI), no bairro Messejana. O ocorrido é uma das histórias vividas pela educadora binária da disciplina de arte. Ela também é participante de iniciativas pedagógicas para desenvolvimento de competências socioemocionais que contam com a orientação dos poucos psicólogos presentes da rede de ensino médio público do Estado - 30 para 423 mil educandos.

"Eu tinha pouco contato com essa aluna, mas havia perguntado, dias antes, se ela estava bem. Passamos horas conversando, escutei sobre sua história familiar que envolvia conflitos de classe, gênero e sexualidade, além de envolvimento com drogas", descreve Levi a realidade da jovem.

No caso de outro aluno, Levi revela que passou seis meses em contato com a família. Os encontros com a mãe do garoto ocorriam tanto presencial como virtualmente. Um dos obstáculos enfrentados para se conseguir atendimento psicológico adequado era a questão socioeconômica aliada à falta de informação por parte dos familiares. Só após a mãe do estudante entender o problema do filho, aconteceu a busca por ajuda profissional. "Hoje, ele (o aluno) sente que pode contar mais com a mãe, apesar de ainda existir lacunas na relação. Para muitas coisas o aluno ainda recorre a mim, especialmente em momentos de crise.

Levi destaca alternativas que usa para tentar ressignificar as dores e fortalecer o socioemocional dos estudantes. Entre as ações estão a produção de esquetes de teatro. "Fizemos uma peça que tinha como mote as memórias e traumas da infância/adolescência. Tudo isso é muito intenso e íntimo, e é ação de fronteira entre arte e terapia", comenta.

 

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