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Ônibus foram os principais alvos nos ataques do começo do ano
Reportagem

Ônibus foram os principais alvos nos ataques do começo do ano

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Lei foi sancionada após o início da onda de ataques no Ceará em janeiro de 2019  (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE Lei foi sancionada após o início da onda de ataques no Ceará em janeiro de 2019

O modus operandi é o mesmo: um grupo se aproxima do coletivo, manda os passageiros saírem e ateia fogo. Foi assim no início do ano, quando os fortalezenses viram nada menos que 42 ônibus serem destruídos em um mês, de acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus).

O primeiro ciclo de ocorrências contra coletivos no ano começou em 2/1 e se estendeu até 29/1, mesmo com o envio pelo Ministério da Justiça de 420 agentes da Força Nacional de Segurança e 70 integrantes da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária (FITP), que chegaram em Fortaleza poucos dias depois do início das ações articuladas pelas facções. Os ataques a outros alvos continuaram até a primeira semana de fevereiro.

O primeiro incêndio foi no fim da linha da comunidade do Dendê (Edson Queiroz). De acordo com a Polícia Militar, o motorista estava dentro do ônibus um pouco antes da meia-noite quando um grupo chegou ao local e mandou que ele saísse do veículo. Os suspeitos jogaram um líquido inflamável e incendiaram o coletivo, que só não foi consumido pelo fogo totalmente por causa da intervenção do Corpo de Bombeiros.

Outro grupo agiu simultaneamente na av. Cônego de Castro, no bairro Parque Santa Rosa. Neste caso, as chamas não foram controladas a tempo e acabaram atingindo o motorista e moradores de duas casas — um casal de idosos foi levado com ferimentos leves para uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), onde receberam tratamento e foram liberados logo depois.

A avenida ainda foi cenário para o terceiro incêndio, na manhã do dia seguinte. Esse segundo dia foi o que mais registrou destruição de coletivos em Fortaleza durante todo o período — foram queimados ônibus nos bairros Bonsucesso, Henrique Jorge, Serrinha, Vila Peri, Barroso, Mucuripe e Castelão. A Região Metropolitana de Fortaleza e o Interior também registraram incêndios na frota de ônibus (incluindo escolares) e vans.

Em março, outra série de ataques a coletivos começou e se estendeu até abril. Segundo o Sindiônibus, nos últimos cinco anos foram incendiados 135 ônibus no Estado, por motivos que vão desde rebeliões nos presídios a represálias do crime organizado. (Flávia Oliveira)

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