A rua Barão do Rio Branco, no Centro da Capital, tem recebido uma série de intervenções viárias aparentemente simples, mas com impacto considerável em caminhabilidade.
Uma pesquisa da Iniciativa Bloomberg para a Segurança Viária Global em Fortaleza constatou que, enquanto 912 veículos circulam pela via, 1.744 pedestres andam por ela a pé. O que não justificaria ainda destinar menos espaço aos transeuntes, que, além de serem maioria, são mais vulneráveis. "Cada intervenção tem um propósito. É importante entender as características de cada local para responder às necessidades de quem ali mora, visita e trabalha", explicou a coordenadora de desenho urbano da Bloomberg, Beatriz Rodrigues.
Estratégias semelhantes de priorização de pedestres são o projeto "Cidade da Gente", que redesenha espaços inteiros, como o entorno do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura e uma praça na Cidade 2000, e as "calçadas verdes" ou prolongamentos de calçada, presentes, por exemplo, no Benfica. "Por muitos anos, a calçada foi uma infraestrutura em que pouco se pensou (em Fortaleza). O paradigma era outro, também. Primeiro, se pensava na fluidez (dos veículos) e, depois, se desse para acomodar, pensava-se no usuário vulnerável. Com esses novos projetos, acredito que isso vem mudando", compreende a especialista.