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Grupos prometem pressão sobre parlamentares por PEC da 2ª instância
Reportagem

Grupos prometem pressão sobre parlamentares por PEC da 2ª instância

Protesto em Fortaleza contra a decisão do STF ocorreu na Praça Portugal
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FORTALEZA, CE, BRASIL, 09-11-219: Apoiadores do governo protestam na Praça Portugal contra a decisão do STF que liberta pessoas presas em segunda instancia o que resultou na libertação do ex-presidente Lula (Foto:Sandro Valentim/O POVO) (Foto: Sandro Valentim)
Foto: Sandro Valentim FORTALEZA, CE, BRASIL, 09-11-219: Apoiadores do governo protestam na Praça Portugal contra a decisão do STF que liberta pessoas presas em segunda instancia o que resultou na libertação do ex-presidente Lula (Foto:Sandro Valentim/O POVO)

Grupos de direita realizaram ontem em Fortaleza protesto contra decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que declarou a ilegalidade da prisão provisória após condenação em 2ª instância. O evento, que contou com "enterro" simbólico de ministros da Corte, prometeu agenda de pressão e mobilizações de olho em reverter a medida no Congresso Nacional.

Segundo a organização, manifestação de ontem contou com cerca de 8,5 mil pessoas. Apesar de oficialmente convocado para contestar decisão do STF sobre a prisão em 2ª instância, o evento contava com forte tom crítico ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e aos ministros do Supremo. "Lula ladrão, teu lugar é na prisão", dizia uma das frases mais repetidas.

"Enquanto a gente trabalha, há uma classe em Brasília tramando para o que o Brasil volte a ser o país da impunidade", diz o procurador Fredy Menezes, do Instituto Democracia e Ética (IDE). O grupo promete agenda de pressão pela aprovação de Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 410/2018, que inclui a previsão de prisão em 2ª instância no texto constitucional.

"Vamos fazer um mapa de votação de cada deputado e senador, e recepcionar cada congressista no aeroporto, ou onde eles estiverem, e perguntar se eles estão do lado da impunidade ou do povo brasileiro (...) quando eles querem, eles votam em uma semana as coisas", destaca Fredy. O grupo também articula a elaboração de um abaixo-assinado.

"O Ceará tem 22 deputados, dois já declararam ser a favor da PEC. Se você tirar os três do lado podre, que são os petistas, sobram 17 deputados. São esses que a gente tem que ir atrás, cobrar uma posição", destacou o advogado Rodrigo Nóbrega, do movimento Brasil 200. "Se essa PEC não for aprovada, nós vamos para o caos", destacava o carro de som do evento.

De acordo com o movimento Vem pra Rua, um dos que organizaram o ato de Fortaleza, os protestos ocorreram ontem em 137 cidades brasileiras. No Ceará, a concentração ocorreu na Praça Portugal, na Aldeota.

No ato, foram carregadas pelos manifestantes onze cruzes, cada uma representando um ministro do STF. Inicialmente, o plano era "enterrar" todas, mas a ideia acabou sendo alterada após pedidos dos manifestantes, que cobravam enterro apenas dos seis que votaram contra a prisão em 2ª instância.

Foram alvo do protesto os ministros Celso de Mello, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello, Ricardo Lewandowski, Rosa Weber. Presidente do STF e autor do voto que desempatou o julgamento, Toffoli foi o mais vaiado durante o protesto.

"STF, presta atenção, a tua toga vai virar pano de chão", gritavam os manifestantes. Durante o ato, eram vários os cartazes e palavras de ordem criticando a Corte e seus ministros, cobrando a prisão de políticos, entre eles o ex-presidente Lula.

People demonstrate to show their support to the federal government and against the release of former Brazilian president Luiz Inacio Lula da Silva from prison, at Sao Conrado beach in Rio de Janeiro, Brazil, on November 9, 2019. - Brazil's leftist icon Luiz Inacio Lula da Silva walked free from jail Friday after a year and a half behind bars for corruption following a court ruling that could release thousands of convicts. (Photo by Mauro PIMENTEL / AFP)
People demonstrate to show their support to the federal government and against the release of former Brazilian president Luiz Inacio Lula da Silva from prison, at Sao Conrado beach in Rio de Janeiro, Brazil, on November 9, 2019. - Brazil's leftist icon Luiz Inacio Lula da Silva walked free from jail Friday after a year and a half behind bars for corruption following a court ruling that could release thousands of convicts. (Photo by Mauro PIMENTEL / AFP)

Rio de Janeiro

No Rio, o Movimento Vem Pra Rua reuniu poucas pessoas na manhã deste sábado, na praia de São Conrado, na zona sul, para protestar contra o Supremo Tribunal Federal (STF) por impedir a prisão em segunda instância. Os manifestantes se reuniram em torno de um pequeno carro de som e ocuparam menos de um quarteirão da praia de São Conrado, bem em frente ao prédio onde mora o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.

People protest against Brazilian former President Luiz Inacio Lula da Silva's release from jail in the streets of Sao Paulo, Brazil, on November 9, 2019. - Brazil's leftist icon Luiz Inacio Lula da Silva walked free from jail Friday after a year and a half behind bars for corruption following a court ruling that could release thousands of convicts. (Photo by Ari FERREIRA / AFP)
People protest against Brazilian former President Luiz Inacio Lula da Silva's release from jail in the streets of Sao Paulo, Brazil, on November 9, 2019. - Brazil's leftist icon Luiz Inacio Lula da Silva walked free from jail Friday after a year and a half behind bars for corruption following a court ruling that could release thousands of convicts. (Photo by Ari FERREIRA / AFP)

São Paulo

Protestos foram registrados em pelo menos outras 10 capitais ontem, um dia após a soltura do ex-presidente Lula. Em São Paulo, os manifestantes se concentraram na Avenida Paulista, em frente ao prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). Os ministros do STF foram os principais alvos do integrantes do ato

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