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Ceará tem mais um caso suspeito de coronavírus
Reportagem

Ceará tem mais um caso suspeito de coronavírus

Após o caso em Sobral ter sido descartado, dois pacientes foram atendidos no Ceará com sintomas do novo coronavírus que já fez quase três mil vítimas no mundo. Um caso suspeito já foi descartado e outro segue sob avaliação
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Coletiva de imprensa sobre casos suspeitos de coronavírus no Ceará, na Secretaria de Saúde do estado do Ceará. (Foto: Deísa Garcêz/Especial para O Povo) (Foto: DEÍSA GARCÊZ/Especial para O POVO)
Foto: DEÍSA GARCÊZ/Especial para O POVO Coletiva de imprensa sobre casos suspeitos de coronavírus no Ceará, na Secretaria de Saúde do estado do Ceará. (Foto: Deísa Garcêz/Especial para O Povo)

A Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) informou que dois casos suspeitos do novo coronavírus (Covid-19) foram registrados ontem no Ceará, sendo um deles descartado após exames laboratoriais. O outro aguarda os testes do Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen).

Os dois pacientes têm 29 e 35 anos, são profissionais da área da saúde e voltaram no mesmo voo que partiu da Itália com escala em São Paulo. Ambos são fortalezenses e chegaram à capital no dia 20 deste mês. Ao apresentarem sintomas como dor de garganta, coriza e tosse, se apresentaram espontaneamente às unidades de saúde.

O primeiro paciente é médico e foi atendido no começo da manhã de ontem no hospital Monte Klinikum. À tarde, ele foi diagnosticado com uma parainfluenza, causadora de infecções respiratórias leves. O segundo tem, até o momento, profissão desconhecida e foi atendido apenas algumas horas depois, no Hospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ).

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O resultado do exame não foi divulgado até o fechamento desta edição, ainda que, em coletiva para a imprensa na tarde de ontem, o secretário da Saúde do Ceará, Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho, o Dr. Cabeto, tenha afirmado que a análise do teste é feita rapidamente, em pouco mais de uma hora após o início da pesquisa em laboratório.

"A tendência é que o número de casos suspeitos aumente, já que o coronavírus chegou em países como Itália, França, Japão, Estados Unidos e Canadá. Infecções respiratórias e gripe são comuns lá nesta época do ano. Importante também entender que quando se fala de epidemia, os parâmetros mudam muito rapidamente, ou seja, podemos falar de 10 casos suspeitos em um momento e de 20 ou 30 logo depois. Isso não quer dizer, necessariamente, que é um quadro caótico. É mais um cuidado", afirmou o dr. Cabeto.

"Uma vez que a transmissão tem acontecido também em países da Europa ocidental, que têm fluxo maior de pessoas para cá, dado o fato de estarmos em uma região turística, é natural que pessoas vindas desses países aumentem o número de casos suspeitos", destacou a médica Joana Maciel, secretária municipal da Saúde.

Após a coletiva, os gestores da Sesa se reuniram com profissionais de saúde que fazem parte do Comitê de Enfrentamento ao novo coronavírus e com os diretores de hospitais das redes pública e privada para discutir o plano de combate a doença. As unidades de referência para atendimento no estado são o HSJ, em Fortaleza; Hospital Regional Norte, em Sobral; Hospital Regional do Sertão Central, em Quixeramobim e Hospital Regional do Cariri, no Juazeiro do Norte. Segundo a Sesa, as unidades de atendimento particular também foram orientadas sobre como prestar o atendimento em casos suspeitos de contágio.

"Se o paciente não tiver sintomas gripais como tosse, coriza e febre, não é preciso procurar atendimento médico, ainda que tenha vindo das regiões afetadas pelo vírus. O tempo de incubação é variável, sendo de uma a duas semanas", indicou o gestor. "Vamos ainda apresentar a relação de algumas unidades básicas na Capital que o cidadão pode procurar em caso de suspeita", complementou. "Vale lembrar de que o coronavírus, nos dias atuais, tem uma mortalidade bem menor do que em 2002 e em 2012", ressaltou.

O Brasil registrou na terça, 25, o primeiro caso de coronavírus. O paciente, que mora em São Paulo, veio ao Brasil após viagem para a Itália. Após ser diagnosticado, foi encaminhado para quarentena domiciliar por 14 dias. Com isso, o Brasil passou a ser o primeiro país da América Latina com um caso confirmado do novo vírus que já matou 2.772 pessoas no mundo, sendo 12 das mortes ocorridas apenas na Itália.

 

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