A Barra do Ceará é o bairro de Fortaleza que registra maior taxa de mortalidade pelo novo coronavírus, com índice de 28,57%. O bairro registra 21 casos confirmados e seis óbitos, conforme Boletim Epidemiológico da Secretaria Municipal da Saúde (SMS). Conforme atualização da plataforma IntegraSUS ontem, 15, Capital registra 1.946 casos confirmados e 93 óbitos. São 51 bairros com óbitos e 116 com pacientes infectados pela Covid-19. A disseminação da doença entre regiões mais adensadas e periféricas preocupa especialistas.

O Jangurussu, outro bairro localizado na periferia de Fortaleza, tem taxa de mortalidade de 21,42%, com 14 confirmações e três mortes. Ambos devem receber particular atenção por serem bairros que "vêm registrando óbitos sem um número relevante de casos confirmados". "Estratégias de vigilância ativa mais eficientes devem ser planejadas e implementadas para essas áreas", diz o boletim.

Acesse a cobertura completa do Coronavírus >Um dos bairros que registrou os primeiros casos do novo coronavírus na Capital, Meireles tem o maior número de óbitos: 7. Com 139 confirmações, a letalidade é de 5%. O bairro de Fátima possui cinco óbitos e 42 casos, indicando mortalidade de 11,9%. O Vincente Pinzon tem 24 diagnósticos positivos e quatro óbitos, resultando em taxa de 16%. Os outros bairros com registros de óbitos têm entre um e três mortes, cada.

Com relação ao número de confirmações, a lista segue com Aldeota (139), Cocó (65), Fátima (42) e Dionísio Torres (39). Moura Brasil, Conjunto Esperança, São Bento, Ancuri e Sabiaguaba não apresentam nenhuma confirmação e nenhuma morte por coronavírus. No Ceará, são 2.253 diagnósticos laboratoriais positivos e 124 óbitos. O nível de letalidade é de 5,5%, com casos confirmados em 73 municípios.

Segundo a epidemiologista Lígia Kerr, professora do Departamento de Saúde Comunitária da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), o poder público deve trabalhar em conjunto com comunidades e lideranças para mitigar os efeitos da pandemia. "Ninguém conhece mais a comunidade do que eles. Precisa mapear áreas mais pobres, pessoas idosas, moradias com mais gente. Fazer como Paraisópolis", disse. A comunidade paulistana criou "presidentes da rua" para monitorar sintomas e ajudar na conscientização dos moradores, além de chamar ajuda quando preciso e distribuir doações.

Além disso, Kerr destaca a importância de foco para que as informações cheguem de forma clara. "Muitos não sabem avaliar quando é preciso ir para uma unidade de saúde. O que é isolamento? Muitos não sabem como funciona", diz. (Colaborou Matheus Facundo)

 

Brasil

País soma 1.736 óbitos pela Covid-19, com acréscimo de 204 mortes nas últimas 24 horas, segundo dados do Ministério da Saúde. São 28.320 casos confirmados da doença